Da Redação
A Bronca Popular
No Brasil, partido político não é prisão, nem camisa de força. Prefeitos, governadores e senadores possuem liberdade para decidir seus rumos e apoiar quem quiser, sem serem reféns de siglas ou caciques.
Essa autonomia é parte do jogo democrático e está assegurada pela legislação.
Foi sob essa ótica que o governador Mauro Mendes (União Brasil) reagiu à determinação do PL de impor apoio exclusivo ao senador Wellington Fagundes na disputa ao Governo de Mato Grosso em 2026.
Mendes foi direto: “Ninguém é submisso a uma decisão partidária, principalmente quem ocupa cargo de Executivo. Eu posso mudar de partido a qualquer momento, e qualquer prefeito ou senador também pode. A lei garante essa liberdade.”
A fala foi uma resposta à orientação do presidente estadual do PL, Ananias Filho, que tenta conter dissidências dentro da legenda, especialmente entre prefeitos e lideranças que se aproximam do vice-governador Otaviano Pivetta (Republicanos).
Na prática, Mendes apenas verbalizou o óbvio: no Executivo, a independência política é um direito, não uma concessão.
Prefeitos e governadores não são soldados de trincheira partidária. São gestores eleitos para representar o povo, não para obedecer chefes de partido.
A tentativa de impor fidelidade cega é um resquício autoritário que contrasta com o espírito democrático. Em tempos de alianças voláteis e projetos regionais próprios, a coerção política perdeu espaço para a liberdade de escolha — e é ela que dá legitimidade às decisões e fortalece a democracia.










