Da Redação
Blog Edição MT
O jornalista Ezeio Garcia, editor do site Sintonia News, fez um alerta sobre a ameaça que paira sobre o lendário Rio das Mortes, com consequências funestas para a fauna pesqueira, o comprometimento da praia de Nova Xavantina e outros locais de banho e lazer, que refrescam a população, atraem turistas e geram renda e emprego para boa parte dos moradores. A gana por grana e o desrespeito ao meio ambiente podem reduzir o volume de água do histórico rio que une a cidade.
A notícia soou como bomba durante a etapa de limpeza do rio realizada pelo projeto Rio Limpo Rio Lindo e foi confirmada junto à Secretaria Municipal de Meio Ambiente.
Gigante do agronegócio articula a construção de uma usina hidrelétrica na região da Ilha do Coco, perto do travessão Sete Bocas, para abastecer 160 pivôs agrícolas, industriais e pecuários — metade já instalada e a outra em fase de licenciamento.
O chefe da Divisão de Meio Ambiente da Prefeitura, Arinos Oliveira Serpa, explicou o risco de vaporização acelerada das águas:
“Num copo, a água fica concentrada, difícil de evaporar; esparramada no chão, evapora mais fácil e rápido.”
Em outras palavras, quanto mais espalhada a água, mais rápido ela evapora — o que agravaria a perda de volume do rio.
A Secretaria Estadual de Meio Ambiente (SEMA) é responsável pelos licenciamentos, mas o Ministério Público Federal já apontou irregularidades em processos de PCHs na cabeceira do mesmo rio, recomendando que fossem suspensos até análise adequada.
Para Nova Xavantina, única cidade do Vale do Araguaia banhada pelo Rio das Mortes em seu perímetro urbano, a redução do fluxo d’água seria um desastre ambiental, econômico e social.
O rio é formador de praias, berço de espécies e ponto de encontro da comunidade.
O Rio das Mortes não é apenas um curso d’água — é um símbolo da identidade nova-xavantinense e da vida que pulsa em suas margens.
Enquanto o Brasil sedia em Belém do Pará a COP 30, cidades do Sul do país vivem tragédias climáticas sem precedentes, e o planeta enfrenta um processo de aquecimento global alarmante.
Diante desse cenário, Mato Grosso não pode assistir omisso a grandes grupos econômicos promoverem empreendimentos predatórios ao meio ambiente.
É hora de cobrar das autoridades e das empresas responsabilidade ambiental, transparência e respeito à vida. O futuro do Rio das Mortes — e da própria Nova Xavantina — depende disso.









