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12 de Novembro de 2025, 09h:20 - A | A

BLOG / TEATRO PRÉ-ELEITORAL

A indústria das pesquisas e o teatro eleitoral em Mato Grosso

Sem controle do TSE, institutos vendem planilhas manipuladas que simulam favoritismos e distorcem a percepção do eleitor

Da Redação
Blog Edição MT



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O cenário eleitoral em Mato Grosso ainda está indefinido. O que se vê, por enquanto, são balões de ensaio, conversas de bastidores e muito jogo de cena. Os partidos concentram esforços na montagem das chapas proporcionais — deputados estaduais e federais — enquanto o tabuleiro majoritário segue em suspense.

Nesse vácuo, a indústria das pesquisas eleitorais já entrou em campo. Planilhas são vendidas como se fossem bugigangas em feira livre de cidade interiorana. Os números, em tese, não mentem — mas os mentirosos fabricam números. E esses resultados artificiais circulam nas redes sociais e até em veículos de imprensa, travestidos de verdades estatísticas.

A legislação eleitoral, nesta fase de pré-campanha, favorece o terreno fértil das pesquisas não registradas no TSE. Sem necessidade de protocolo oficial, institutos e “consultorias” multiplicam levantamentos que mais servem a estratégias políticas do que à informação pública. Nesse jogo, quem encomenda sabe o que quer: moldar percepções, influenciar indecisos e criar a sensação de favoritismo.

O histórico recente reforça o alerta. Nas eleições de 2024, institutos de pesquisa protagonizaram um dos maiores fiascos da história política de Mato Grosso. Quase todos apontavam vitória de Eduardo Botelho no primeiro turno para prefeito de Cuiabá. As previsões eram tão ilógicas que o candidato sequer chegou ao segundo turno — um vexame estatístico que minou a credibilidade do setor.

Faltando quase um ano para as próximas eleições, há institutos colocando o senador Wellington Fagundes (PL) na liderança da corrida ao Paiaguás, enquanto outros apontam o senador Jayme Campos (União Brasil) como favorito. A discrepância revela o descompromisso com a metodologia e o excesso de conveniência política.

No fim das contas, parte das pesquisas eleitorais em Mato Grosso virou um verdadeiro boteco estatístico — onde planilhas são manipuladas e números são fabricados conforme o gosto (ou o pagamento) do cliente.

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