Da Redação
Blog Edição MT
O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) parece ter assumido, ainda que involuntariamente, o papel de melhor cabo eleitoral do presidente Lula. Vivendo nos Estados Unidos e cada vez mais distante da realidade política brasileira, o filho “03” do ex-presidente tem municiado a esquerda e o PT com munição farta ao promover uma guerra interna que ameaça implodir a própria direita.
Em mais um ataque público, Eduardo direcionou sua artilharia verbal contra o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), chamando-o de “candidato do sistema” e “o cara que (Alexandre de) Moraes quer”.
A crítica, feita em vídeo no YouTube, foi recebida como uma tentativa explícita de desqualificar o único nome da direita com reais chances de enfrentar Lula em 2026.
Ao tentar enfraquecer Tarcísio, Eduardo, na prática, ajuda a consolidar o caminho para a reeleição do petista.
Mas o deputado não parou por aí. Mauro Mendes (União Brasil), governador de Mato Grosso, também virou alvo dos seus insultos — chamado de “frouxo” e “bosta” por não, segundo Eduardo, mobilizar a bancada federal em favor da anistia dos condenados pelos atos de 8 de janeiro.
Mendes respondeu à altura e com serenidade: “Olha, Eduardo, o que eu fiz pelo seu pai, estou fazendo e farei, é pelo bem dele e do Brasil. Agora, se quer defender a anistia, vem pro Brasil e vamos andar juntos no Congresso pedindo voto”. E completou: “Aí dos Estados Unidos, meu amigo, não dá, né?”.
Com essa fala, Mauro Mendes devolveu o debate ao campo da coerência.
Ele lembrou que Eduardo Bolsonaro ataca os próprios aliados, inclusive o pai, a quem já chamou de ingrato. “Meu Deus, como pode um filho chamar o pai de ingrato? Se ele é alguma coisa hoje, é graças a Jair Messias Bolsonaro”, disse Mendes.
Os ataques do deputado, recheados de ressentimento e exibicionismo digital, vêm aprofundando a cisão dentro do campo conservador. Enquanto tenta se colocar como líder incontestável da direita, Eduardo se isola, perde credibilidade e abre espaço para que Lula e o PT assistam de camarote à autodestruição dos seus adversários.
Ao transformar diferenças políticas em ofensas pessoais e ao atacar quem trabalha pela reconstrução da direita, Eduardo Bolsonaro não apenas enfraquece o legado do pai, mas também entrega de bandeja à esquerda o discurso da razão e da moderação.
No fim das contas, o maior beneficiado desse fogo amigo não está na Flórida — está no Planalto.









