Da Redação
Folha Max
Um erro de confirmação possibilitou a soltura, por engano, na sexta-feira (28), de Hugleice da Silva, que estava preso da Penitenciária Major Eldo de Sá Corrêa, a Mata Grande, em Rondonópolis (a 218 km de Cuiabá). Ele é acusado de tentar matar a mulher dele, Mayara Bianca Barbosa Rodrigues, a facadas em 2018.
Também é suspeito de participar da morte e aborto da ex-cunhada Mariely Rodrigues Barbosa, em 2011, em Sindrolândia (MS). De acordo com o advogado, José Roberto Rodrigues Rosa, o equívoco ocorreu por parte da penitenciária, que não checou se havia outro mandado de prisão antes de liberar o réu.
Entretanto, o advogado havia conseguido um habeas corpus do caso Mariely para que seu cliente aguardasse o julgamento em casa. Por outro lado, ele deveria permanecer detido pela tentativa de homicídio contra Mayara.
O advogado esclareceu que, como a soltura havia sido irregular, ele teria que esperar o processo correto. Dessa forma, segundo José Roberto, seu cliente decidiu se apresentar, voluntariamente, à polícia ainda hoje.
Hugleyce esfaqueou a mulher dele, Mayara Bianca Barbosa Rodrigues, hoje com 30 anos, após uma discussão. Ele teria ficado irritado com mensagens do celular dela.
Ele a amarrou e desferiu um golpe de faca no pescoço. Ele também é acusado de participar da morte da ex-cunhada, Marielly Rodrigues Barbosa que, na época, tinha 19 anos.
Ela morreu após um aborto malsucedido. Informações dão conta de que os dois tinham um caso extraconjugal.
Entretanto, Hugleice negou que o filho que Marielly tentou tirar fosse dele.
OUTRO LADO
A Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp-MT) esclarece que o recuperando Hugleice da Silva recebeu alvará de soltura expedido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) via malote digital, na sexta-feira (28). A Penitenciária, em consulta a todos os meios disponíveis aos servidores, não encontrou processo em aberto, por isso ele foi colocado em liberdade.
Com relação ao mandado de prisão preventiva de 2018, por tentativa de homicídio, foi verificado posteriormente que estava juntado ao prontuário penal. Entretanto, por equívoco, a unidade entendeu que se tratava do mesmo processo do alvará de soltura, pois não constava listado nos bancos de dados disponíveis. A direção da Penitenciária ressalta que este processo tramita em segredo de justiça, por isso não está disponível para averiguação por meio dos sistemas de consulta pública do CNJ, TJMT e PJ-e, utilizados pelos servidores nas checagens de processos e alvarás de soltura.
Após ser informada do fato pelo Ministério Público, a direção da unidade efetuou diligências na cidade de Alto Taquari e no endereço do recuperando, em Rondonópolis, para recaptura-lo, porém, sem êxito. A direção da unidade informa que o advogado dele entrou em contato, na noite desta terça-feira (1º), informando que seu cliente irá se apresentar e se colocar à disposição da justiça.