Edésio Adorno
Cuiabá
O consórcio Via Brasil venceu ainda em 2018 um leilão realizado na Bolsa de Valores para concessão de trechos das rodovias MT-320 e MT-208, entre Alta Floresta, Carlinda, Nova Canaã do Norte, Colíder e Nova Santa Helena, totalizando os 188,2 km previstos no contrato.
O termo de transferência da rodovia foi assinado no dia 27 de maio de 2019 pelo secretário de Estado de Infraestrutura e Logística, Marcelo de Oliveira, o secretário adjunto de Concessão e Logística, Huggo Waterson e o presidente da concessionária Via Brasil, César Menezes, na sede da Sinfra/MT.
Com a assinatura do termo de transferência da MT-320, a concessionária restou autorizada a começar os trabalhos iniciais previstos em edital e tinha o prazo de 12 meses para conclusão da primeira fase. Somente após o término dessa etapa, haveria cobrança de pedágio na rodovia.
Prestes a completar três anos da assinatura do contrato, até agora a Via Brasil não executou os trabalhos iniciais de recuperação e manutenção da rodovia, segundo denuncia o vereador da Câmara de Carlinda, Manoel Rodrigues de Sousa, o Nelo (PSC).
Um descaso total, verdadeiro abuso contra os mais de 110 mil usuários da rodovia, que pagam um pedágio caro (9,40) e não tem a prometida rodovia em condições seguras de trafegabilidade
“Um descaso total, verdadeiro abuso contra os mais de 110 mil usuários da rodovia, que pagam um pedágio caro (9,40) e não tem a prometida rodovia em condições seguras de trafegabilidade”, desabafa o parlamentar.
Em contato com a reportagem, Nelo afirmou que já fez inúmeras indicações para cobrar melhoria na rodovia, mandou ofício a ALMT e pediu providências a Ager/MT.
“Até o momento não fomos atendidos e a Via Brasil finge não escutar o grito da população e não faz nada para recuperar pelos menos os trechos mais danificados da rodovia”, lamenta o vereador.
O parlamentar afirma ainda que a concessionária sequer implantou sinalização e os acessos às cidades de Alta Floresta, Carlinda, Nova Canaã do Norte, Colíder e Nova Santa Helena são verdadeiras arapucas ‘mortíferas’. “Vidas estão sendo perdidas sem que a Via Brasil assuma sua responsabilidade prevista tanto no edital quanto no contrato que assinou”, reclama.
Em maio de 2019, quando da assinatura do contrato com a Sinfra, o presidente da Via Brasil, César Menezes, declarou a imprensa: “Na MT-320 existe um conjunto de trabalhos iniciais que estão definidos no edital e no contrato de concessão e vamos realizar. No entanto, em particular, a rodovia apresenta muitos buracos formados com as últimas chuvas e isso será objeto da nossa primeira atenção”.
A promessa ficou apenas no campo da promessa. “A rodovia está intransitável. Buracos e mais buracos atrasam viagens, danificam veículos, colocam em risco a vida de condutores e passageiros. É uma calamidade total”, conclui o vereador Nelo, que chegou a gravar um vídeo para ilustrar as reclamações encaminhadas a deputados estaduais e a Ager.