A tragédia humanitária causada pela devastadora pandemia do novo coronavírus, que provoca a doença da covid-19 e mata em escala geométrica, parece se situar em um mundo distante do habitat de cada um e de todos nós.
O sofrimento, a dor e o infortúnio do próximo já não sensibilizam corações petrificados pela indiferença a morte de parentes, amigos, vizinhos e conhecidos. Será que perdemos a capacidade de nos emocionar com o flagelo que aflige nossos irmãos?
Com mais de 300 mortos pela covid-19, Tangará da Serra se transformou em zona de perigo. Nas redes sociais, os donos da verdade e sabichões de plantão cobram medidas enérgicas do prefeito Vander Masson de enfrentamento a disparada da doença. Quando essas medidas são adotadas, as mesmas figurinhas denunciam que o chefe do executivo está a promover o “cancelamento de CNPJs”.
Nos finais de semana, aglomerações pipocam em diferentes pontos da cidade. Os mais acanhados fogem da cidade e liberaram todo o cinismo em atos de esbórnia às margens do Juba ou do Sepotuba, onde refestelam longe do alcance da fiscalização. O coronavírus participa da gandaia, se multiplica e agradece a todos pela colaboração.
Hospitais públicos e privados estão abarrotados; os profissionais de saúde, exaustos e os coveiros se esforçam para cavar mais sepulturas. Afinal, a cidade não pode deixar insepulto seus cidadãos.
Se cada um e todos ao mesmo tempo não tiver consciência da gravidade sanitária do momento, resta lembrar as advertências dos apóstolos Pedro e Paulo, que deixaram um aviso bem claro: o preço da desobediência será a morte!