Edésio Adorno
Tangará da Serra
Em reportagem, na manhã desta quarta-feira, este site noticiou o drama vivido pela dona de casa Genivalda Cavalcante, 24 anos, que luta desesperadamente para se livrar das dores que sofre devido a existência de pedra na vesícula e no canal do pâncreas.
Ela não não está sozinha nessa luta.
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No mesmo Hospital Clínica da Criança uma outra mulher também enfrenta a mesma situação e, como ela, igualmente luta por uma cirurgia de vesícula. Trata-se da dona Simone Aparecida Gomes, que no texto abaixo, enviado a nossa redação, relata seu comovente drama e pede ajuda para realizar a cirurgia.
Leia o texto de Simone:
Meu nome é Simone Aparecida Gomes, estou internada aqui no Hospital Clínica da Criança.
Há anos venho tendo crise de vesícula. Já fiquei internada várias vezes internada. Mas de uns dias para cá, está pior. A pedra deslocou-se e parou no canal (coledocolitíase). Estou icterícia por causa do excesso de bílis acumulada no fígado e no sangue.
Preciso fazer uma CPRE (exame que tem como objetivo detectar e tratar doenças do sistema digestivo que inclui a vesícula biliar, o pâncreas e os canais que drenam estes órgãos, bem como o fígado. Esse exame é caro somente é feito em Cuiabá. Não sei quanto tempo vai demorar pelo SUS. O médico me disse, hoje de manhã, que se não houver vaga em Cuiabá, tem uma possibilidade de esperar em casa até ser chamada.
Como vou ficar em casa com uma pedra que está obstruindo a passagem causando problemas sérios? É um grande descaso conosco! Chega a ser humilhante a forma que somos tratados. Fui na UPA várias vezes e só me medicaram e me mandaram de volta para casa.
O único médico que olhou para mim foi do PSF (Programa Saúde da Família). Ele se comoveu com minha situação e pediu para que eu fizesse os exames e a ultrassom para saber o que acontecia.
Me disseram que a cirurgia de vesícula não está fazendo em Cuiabá, pois foram canceladas e eu já fiz todos os exames pré-operatórios.
A minha preocupação maior é essa pedra que está alojada no canal. Gostaria de pedir a ajuda de vocês. Desde já agradeço.
Nota da Redação
Simone Aparecida Gomes e Genivalda Cavalcante estão internadas no Hospital Clinica da Criança. Elas sofrem e choram de dor a espera de cirurgia de vesícula. Não sabem quando serão atendidas. A situação delas é preocupante.
Nossa reportagem conversou com uma autoridade ligada a saúde pública. A informação obtida não foi nenhum pouco animadora. “O Município não tem contrato celebrado com os Hospitais para esse tipo de Procedimento. Esses casos teriam que ir para Cuiabá. Infelizmente já era difícil. Agora, com COVID-19, ficou mais difícil ainda”, escreveu.
De acordo com essa autoridade, a prefeitura de Tangará da Serra precisa rediscutir e melhorar o contrato com o Hospital das Clinicas. “Precisa acrescentar mais procedimentos cirúrgicos e de Ortopedia e isso implica viabilizar mais recursos para acrescentar essas demandas” afirmou
Enquanto o prefeito eleito Vander Masson não assume o comando da prefeitura, essas mulheres não podem continuar submetidas a humilhação, ao sofrimento, a vergonha e a dores insuportáveis. Alguém ou algum órgão público precisa fazer alguma coisa para garantir a Simone e a Genivalda a direito a um tratamento digno.
Diante da inércia da prefeitura e da Câmara de Vereadores, resta a Simone e a Genivalda o socorro do Ministério Público (MPE), por meio dos Promotores de Justiça Thiago Scarpellini Vieira e Fabiana da Costa Silva Vieira. Afinal, a vida é o bem maior que recebe a tutela do direito e a República tem como base o respeito a dignidade da pessoa humana.