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POLÍTICA Segunda-feira, 27 de Maio de 2019, 19:37 - A | A

27 de Maio de 2019, 19h:37 - A | A

POLÍTICA / ARRANJO ARRISCADO

A maldição da ponte Júlio Muller; Emanuelzinho Pinheiro pode ser a 3º vítima!

Jaime estaria importando de Cuiabá o filho do prefeito Emanuel Pinheiro

EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra



Há quase 80 anos a velha ponte Júlio Muller permite a interligação de Cuiabá com Várzea Grande. É intenso o fluxo de pessoas que cruzam diariamente o rio Cuiabá em um vai e vem interminável. A relação entre cuiabanos e várzea-grandense forma uma simbiose harmônica e lucrativa para todos. As duas cidades tem a mesma alma. De tão iguais se fundem numa metrópole quando o assunto é trabalho, lazer, compras, diversão, cultura, vida social e etc.    

Quando o assunto é futebol, aí a coisa muda de figura. Melhor não resgatar a forte rivalidade que marcou a história do Operário de Várzea Grande contra Dom Bosco e o Mixto de Cuiabá. Na política, sempre prevaleceu o legado da cultura cuiabana, que recomenda a não intromissão resumida na expressão: “eles pra lá; nois pra cá. Cada qual com seu cada qual”.    

Nas eleições de 1992, Murilo Domingos, estimulado pela família Campos, tentou atravessar a “Ponte Velha” para pleitear a prefeitura de Cuiabá. Foi derrubado da ponte pela agressiva campanha publicitária desenvolvida pelo marqueteiro Antero Paes de Barros.    

O precursor do marketing político em Mato Grosso, o veterano Mauro Cid, ficou sem reação para evitar a humilhante derrota de Murilo para Dante de Oliveira.    

Já nas eleições de 2000, Dante de Oliveira experimenta do próprio veneno. O então governador mandou Lino Rossi cruzar o rio Cuiabá, se estabelecer em Várzea Grande e arrebanhar forças para tirar a prefeitura do domínio da Família Campos. A empreitada foi um retumbante fracasso. Lino caiu da ponte e foi parar na pedreira do rio Cuiabá.    

Quase 20 anos depois, um cuiabano planeja atravessar a Ponte Velha para assumir o controle político de Várzea Grande. Com um detalhe: desta vez vai como convidado do cacique Jaime Campos, que não deve ter nenhum aliado ou várzea-grandense digno de confiança para substituir sua esposa, Lucimar Campos, na chefia do executivo da cidade. Uma humilhação para as lideranças políticas da Cidade Industrial, que pode ser interpretado como arrogância, soberba e excesso de confiança na própria superioridade.    

Jaime estaria importando de Cuiabá o filho do prefeito Emanuel Pinheiro, o recém-eleito deputado federal Emanuelzinho. O arranjo pode comprometer o futuro político do jovem mancebo. Os cuiabanos que votaram em Emanuelzinho já estão se sentindo traídos.    

É uma estratégia arriscada e evidência o desprezo das elites e oligarquias políticas para com o eleitor. Emanuel Pinheiro, que deve buscar a reeleição, planeja governar Cuiabá e Várzea Grande, de acordo com as regras do cacique Jayme Campos. Será que combinaram com os eleitores das duas cidades? Sem combinar com os russos, Emanuelzinho pode ser a terceira vítima da maldição da ponte velha!

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