Prefeito reorganiza quadro de pessoal e retorna servidores a cargos de origem para dar mais eficiência aos serviços

Edésio Adorno
Tangará da Serra

O novo prefeito de Santo Afonso, Luis Fernando Falcão (DEM), se surpreendeu com o tamanho da bagunça administrativa que seu antecessor deixou na prefeitura.  

Não seria nenhum exagero afirmar que a casa estava totalmente desarrumada, onde cada um fazia o que queria, a hora que queria, sem o menor planejamento e organização e sem prestar contas a ninguém. Absoluto desgoverno!  

Falcão também encontrou servidores vocacionados para o serviço público e dispostos a trabalhar para a população com zelo e efetividade. Mas constatou que parcela do funcionalismo público se tornou viciada ao longo das últimas gestões.

 

“As pessoas faziam concurso público para limpeza, mas nunca atuam na limpeza; faziam concurso público como vigia, mas nunca atuavam como vigia”, explica Falcão.  

De acordo com novo gestor, por politicagem, os prefeitos desviavam essas pessoas de funções para cargos na frente de computador, cargos administrativos e assim por diante.  

“O que nós fizemos, assim que assumimos a prefeitura, foi remanejar todos os servidores concursados para seus cargos de origem. Então, aquela pessoa que fez o concurso de limpeza, que nunca pegou num cabo de vassoura, agora está pegando; aquela pessoa que nunca foi vigia, agora é vigia; aquela pessoa que nunca foi recepcionista, agora é recepcionista”, esclarece o prefeito

Em uma página na internet, servidores habituados com vantajosos desvios de função reagiram insatisfeitos com as mudanças moralizadoras implementadas pelo prefeito Luis Fernando Falcão. Na publicação, o prefeito é acusado de improbidade administrativa e de renunciar o discurso de renovação usado durante a campanha eleitoral.  

“Improbidade administrativa é quando eu tenho um servidor concursado e desvio ele para outra função e contrato outro para substituir. Isso eu entendo como improbidade”, se defende o prefeito Falcão.  

Desvio de função é uma excrescência utilizada por péssimos gestores para privilegiar protegidos políticos. A regra na administração pública é clara: quem foi aprovado em concurso para vigia, que trabalhe de vigia; quem é concursado para copeira, que trabalhe em sua função; quem foi aprovada para recepcionista, que exerça seu cargo.  

Bagunça na gestão.

Para se ter a exata dimensão do grau de desorganização que imperava na prefeitura, uma constatação: apenas os servidores da secretaria de Saúde batiam ponto eletrônico. Nos demais órgãos, não existia controle de ponto. “Em algumas secretarias eram pagos horas extras exorbitantes para alguns funcionários, sem controle de ponto. Como isso era feito?”, questiona Falcão.  

O prefeito informou que vai instalar ponto eletrônico em todos os órgãos da administração pública de Santo Afonso. “Precisamos ter controle de entrada, saída e de eventuais horas extras realizadas no efetivo interesse público”, disse  

Outra mudança implementada pela nova gestão, que também não agradou parte dos servidores, diz respeito ao horário de expediente na prefeitura. Antes, o expediente era das 7h às 13h. Agora, a prefeitura está funcionando das 7h às 11h e das 13h às 17h. “Precisamos cumprir a carga horária prevista em lei e garantir eficiência na prestação dos serviços ofertados pela prefeitura ao munícipe”, afirmou  

Combustível

Com o objetivo de economizar o dinheiro público, moralizar a gestão e evitar possíveis irregularidades, Luiz Falcão já determinou a adoção do sistema de cartão magnético para abastecimento apenas de veículos do município.  

“Estamos acabando com mamatas, cortando privilégios e qualificando a máquina para atender a população. Isso é compromisso com a renovação pregada durante a campanha”, concluiu o prefeito Luis Falcão