Já tendo exercido seis mandatos consecutivos de deputado federal e um de senador que expira em 31 de dezembro de 2022, Wellington Fagundes é uma raposa escolada na política. Conhece os caminhos das pedras, é jeitoso, dono de uma lábia de longo alcance e tem habilidade o bastante para engrupir qualquer desavisado que cruze seu caminho.
Ao longo de mais de três décadas de Congresso Nacional, Fagundes virou referência para empreiteiros e conseguiu transformar a Superintendência Regional do DNIT em MT num feudo indevassável, onde apenas ele reina absoluto e dá as cartas, independente do governante de plantão.
Ciente de que sua tentativa de reeleição ao senado corre risco, Fagundes já tentou – sem sucesso – o apoio do governador Mauro Mendes. Temeroso de ter que se rebaixar para deputado federal, o senador tenta empurrar o desmoralizado prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), para uma arriscadíssima candidatura ao governo do estado.
Fagundes precisa de um candidato a governador que ele possa chamar de seu, montar no seu lombo e cavalgar pelos 141 municípios para se apresentar como candidato a reeleição ao senado federal.
O projeto é bom, resta saber se Pinheiro tem coragem de renunciar dois anos de mandato na rica prefeitura de Cuiabá para satisfazer sua ambição de disputar o governo e de alimentar o sonho de Fagundes de conquistar mais oito anos no senado.