Da Redação
Blog Edição MT
O Poder Judiciário de Mato Grosso enfrenta uma de suas maiores crises institucionais. Recentes escândalos envolvendo a suposta negociação de sentenças judiciais lançaram luz sobre práticas antigas que, embora conhecidas, raramente haviam sido expostas de forma tão evidente.
A situação ganhou contornos ainda mais graves após a morte de um advogado que atuaria como intermediário em esquemas de corrupção.
Em decorrência das investigações, dois desembargadores foram afastados de seus cargos e atualmente utilizam tornozeleiras eletrônicas por determinação da Justiça Federal. A gravidade dos fatos traz novos questionamentos sobre a conduta de membros da instituição.
O chamado "Vale Panettone" — um benefício de R$ 10 mil pago como auxílio-alimentação — adicionou ainda mais combustível à crise, gerando revolta popular e intensa repercussão negativa. Em paralelo, veio à tona o caso de uma servidora que recebeu mais de R$ 40 mil em horas extras, um valor que foi amplamente criticado como uma afronta à moralidade e à transparência.
Esses episódios não apenas mancham a imagem do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), mas também colocam em xeque a legitimidade das decisões judiciais proferidas. Sem credibilidade popular, qualquer ação judicial corre o risco de ser interpretada sob a ótica da dúvida e da desconfiança em relação a quem a prolatou.
É urgente que os desembargadores que repudiam tais práticas tomem medidas concretas para resgatar a moralidade e a confiança na instituição. Sem isso, o Judiciário mato-grossense corre o risco de ver sua autoridade e relevância ainda mais fragilizadas em um momento de crescente insatisfação popular.