Da Redação
Blog Edição MT
A proposta de Emenda à Constituição que extingue a reeleição e amplia mandatos do Executivo para cinco anos está prestes a deixar de ser apenas um debate acadêmico. Aprovada pela CCJ em maio, a PEC agora depende de Davi Alcolumbre para entrar na pauta do plenário — e Otto Alencar já fez o pedido formal.
Se o Senado quiser, a votação acontece já na próxima semana.
O texto promete uma transformação profunda: acaba com a reeleição a partir de 2034 e cria um calendário único de votação. Em vez de duas idas às urnas por legislatura, como ocorre hoje, o eleitor votaria apenas uma vez. Prefeitos ainda poderiam tentar reeleição em 2028; governadores e presidente, em 2030 — depois disso, fim de linha.
Na prática, a proposta tenta corrigir distorções de um modelo que permitiu o uso da máquina para perpetuação no poder, mas também abre flancos: mandatos mais longos exigem ainda mais responsabilidade, e eleições unificadas concentram riscos e tensões num único ciclo político.
O Brasil precisa, sim, discutir seu sistema eleitoral — porém com transparência e sem atalhos. A mudança pode modernizar o país, mas também pode concentrar poder e reduzir a capacidade de correção de rumos.
Resta saber se o plenário do Senado está disposto a enfrentar o debate ou apenas surfar na onda do momento.










