A solitude não é uma escolha ou uma filosofia de vida; é a negação da premissa filosófica de que os seres humanos são naturalmente gregários e têm uma necessidade intrínseca de encontrar um parceiro para estabelecer relações afetivas, amorosas, sociais e de convivência.
Por trás da ideia de solitude, frases como "aprendi a gostar de mim mesmo" ou "minha própria companhia é a melhor que poderia encontrar", entre outras, são frequentemente usadas como uma válvula de escape ou como justificativa mental para a situação em que se encontra.
Apenas o eremita escolhe viver em solitude por opção.
Buscar o oposto é o caminho natural, mas encontrá-lo é outra questão.
Às vezes, a pessoa oposta aparece, porém é tão diferente em termos culturais, filosóficos, religiosos e ideológicos que a incompatibilidade torna-se praticamente insuperável.
Enquanto o parceiro ideal não surge, o discurso da solitude atenua a situação e evita que se afunde na solidão e na depressão.
Estar sozinho não significa viver isolado, pode ser uma fase preparatória para a construção de uma vida compartilhada com amor e cumplicidade em parceria simbiótica com o outro.