Quarta-feira, 16 de Julho de 2025

POLÍCIA Domingo, 27 de Outubro de 2024, 10:37 - A | A

27 de Outubro de 2024, 10h:37 - A | A

POLÍCIA / OUTUBRO ROSA

Bombeiras falam sobre a importância da realização de exames como diagnostico preventivo de câncer

A sargento BM Ana Silva, tem uma história marcada por perdas familiares significativas em decorrência ao câncer. Em um ano ela perdeu a mãe e duas tias para a doença

Da Redação



O mês de outubro é marcado pela campanha Outubro Rosa, que visa conscientizar sobre a importância da prevenção e do diagnóstico precoce do câncer de mama e do colo do útero. À medida que outubro se aproxima do fim, é fundamental destacar que a conscientização sobre a realização de exames preventivos deve continuar ao longo do ano.

O Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso (CBMMT) está unido com a campanha e trouxe relatos de bombeiras que compartilham suas experiências e destacam a importância dos cuidados com a saúde e da realização de exames preventivos, além de orientações médicas sobre fatores de risco, prevenção, diagnóstico e tratamento do câncer de mama.

A sargento bombeira militar Ana Silva Costa de Almeida, de 47 anos, tem uma história marcada por perdas familiares significativas em decorrência ao câncer. Em um ano, ela perdeu a mãe e duas tias para a doença.

 
“Perdi minha mãe em apenas 42 dias após a descoberta do câncer. Quando descobrimos, a doença já estava em estado avançado”, lamentou.

A sargento ressaltou a importância da realização dos exames preventivos, especialmente para aqueles com histórico familiar de câncer. “É fundamental, principalmente para quem tem síndrome hereditária. Os exames precisam ser constantes, conforme a orientação médica e não devemos esperar não ter mais jeito para buscar orientação e tratamento”, destacou.

A tenente coronel bombeira militar Poliana Simões, que recentemente completou 40 anos, compartilhou sua própria jornada ao se preparar para fazer a mamografia pela primeira vez.

“Confesso que sempre tive um certo receio, mas entendo a importância do exame e a necessidade de realizá-lo. Nós, mulheres, muitas vezes colocamos as necessidades dos outros à frente das nossas. Porém, é essencial lembrar que, para cuidar bem de quem amamos, precisamos estar saudáveis.

Estou animada e um pouco nervosa, mas sei que esse passo é necessário”, disse.

 

A tenente-coronel também encorajou outras mulheres a não adiarem os exames. “A mamografia é uma ferramenta poderosa de prevenção e deve fazer parte da rotina de cuidados com a saúde, assim como as visitas regulares ao ginecologista para acompanhamento médico de rotina e prevenção", falou a tenente-coronel.

O médico Luis Fernando Correa de Barros, mastologista e cirurgião Oncológico do Hospital de Câncer de Mato Grosso, explicou que a prevenção se dá através da realização da mamografia anualmente, a partir dos 40 anos de idade e que o diagnóstico precoce resulta em tratamentos menos agressivos e com maiores chances de cura.

"Este ano, dados do Instituto Nacional de Câncer (Inca) indicam que teremos cerca de 74 mil casos de câncer de mama no Brasil, em Mato Grosso, em torno de mil e quarenta novos casos. Portanto, é fundamental o diagnóstico precoce e a prevenção para reduzir a mortalidade dessa doença”, afirma.

Tipos mais comuns de câncer de mama e fatores de risco

O câncer de mama é uma das neoplasias mais comuns entre as mulheres, sendo o mais prevalente o carcinoma invasivo do tipo não especial, responsável por 70 a 80% dos casos, seguido pelo carcinoma lobular, que é menos frequente. Existem outros tipos de câncer de mama, mas sua incidência é significativamente menor.

Os principais fatores de risco incluem ser mulher, pois isso aumenta a probabilidade de desenvolvimento da doença, embora homens também possam ser diagnosticados, sendo muito raro. Para cada 100 mulheres afetadas, há apenas um caso em homens.

O risco cresce a partir dos 50 anos, e mulheres com sobrepeso apresentam uma maior chance de desenvolver a condição. Além disso, aquelas que nunca amamentaram e as que utilizam terapia de reposição hormonal por mais de 5 anos têm um risco mais elevado.

A falta de atividade física e o histórico pessoal ou familiar de câncer de mama também contribuem para o aumento dessa probabilidade.

Prevenção

O médico mastologista destacou que a prevenção do câncer de mama se divide em duas formas, sendo a prevenção primária e secundária.

  
“A prevenção primária visa diminuir o risco do aparecimento da doença, sendo recomendadas práticas como amamentar, manter-se ativa fisicamente, controlar o peso e evitar fumar e consumir bebidas alcoólicas. Já a prevenção secundária é voltada para o diagnóstico precoce, que traz 98% de chance de cura em 5 anos, e é realizada através da mamografia rotineiramente a partir dos 40 anos de idade”, reforçou.

Importância do autoexame e sinais e sintomas

O autoexame das mamas é uma prática essencial para que as mulheres conheçam seu corpo e possam identificar alterações precoces. Recomenda-se que o autoexame seja realizado entre o 7º e o 10º dia do ciclo menstrual. A mulher deve se posicionar em frente ao espelho e utilizar a mão direita para examinar a mama esquerda, e vice-versa.

Os principais sinais e sintomas do câncer de mama incluem:

- Nódulo palpável na mama;

- Saída de secreção sanguinolenta do mamilo;

- Retração da pele ou da aréola;

- Presença de linfonodos embaixo do braço.

“O ideal é que o câncer seja diagnosticado antes de alcançar essa fase, por isso a realização da mamografia e, se necessário, outros exames complementares”, afirmou o mastologista.

Diagnóstico e tratamento

O diagnóstico do câncer de mama é feito por meio de exames histológicos, o que significa que é necessária uma biópsia. Alterações identificadas em mamografias, ultrassons ou ressonâncias precisam ser investigadas e, se necessário, biopsiadas. O diagnóstico é confirmado pela análise patológica do tecido obtido.

O tratamento do câncer de mama depende de dois fatores principais - o estágio da doença e o tipo molecular do câncer. Com base nessas informações, é determinado o melhor plano de tratamento. Essa abordagem é individualizada e leva em consideração a idade da paciente, seu histórico familiar, o estágio da doença e as características biológicas do tumor.

Diretrizes para mulheres com menos de 40 Anos

A saúde mamária é uma preocupação importante, mesmo para mulheres com menos de 40 anos, embora a incidência de câncer de mama nessa faixa etária seja considerada incomum. No entanto, algumas situações podem aumentar o risco de desenvolvimento da doença precocemente.

Por esse motivo, é fundamental manter uma rotina de cuidados com a saúde e realizar visitas regulares ao médico.

O cirurgião oncológico explicou como é feito os exames e diagnostico da doença em mulheres com a faixa etária menor.

“Para mulheres com 40 anos ou menos, é importante classificá-las em dois grupos, de alto risco e baixo risco. Mulheres de alto risco devem fazer mamografia a partir dos 30 anos, associada a ressonância magnética. Já aquelas de baixo risco devem realizar exame clínico com ginecologista ou mastologista e, se houver alguma alteração, realizar uma ultrassonografia mamária”, finalizou o médico.

Como e onde buscar tratamento

Após a consulta com um ginecologista ou mastologista, se algum sinal ou sintoma for detectado, ou se houver alterações nos resultados, a paciente será encaminhada para uma unidade de referência para tratamento. Essas consultas podem ser agendadas nas unidades de saúde, como o Programa de Saúde da Família (PSF).

A Secretaria de Estado de Saúde (SES) informa que a Política Nacional de Prevenção e Controle do Câncer determina que o tratamento do câncer deve ser feito em estabelecimentos de saúde especificamente habilitados, podendo ser Unidade de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Unacon) ou Centro de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (Cacon).

Em Mato Grosso, o tratamento do câncer é ofertado por Unacons, que atuam como referência para todas as regiões de saúde e estão localizados nos seguintes hospitais:

Cuiabá

- Hospital Geral Universitário

- Hospital de Câncer de Mato Grosso

 

Rondonópolis

- Santa Casa de Misericórdia e Maternidade de Rondonópolis

 

Sinop

- Hospital Santo Antônio

 

Além desses serviços, os Hospitais Regionais do Estado e o Hospital Estadual Santa Casa também realizam o acolhimento de pessoas com câncer e, quando possível, prestam os cuidados de saúde no próprio hospital ou encaminham para outros serviços, como Unacons e Tratamento Fora de Domicílio (TFD).

A SES assumiu recentemente a gestão do contrato junto ao Hospital de Câncer, em Cuiabá, e ampliou em 80% a oferta do atendimento em oncologia para a população de Mato Grosso.

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