Da Redação
O ex-cabo da Polícia Militar, Hércules de Araújo Agostinho, recebeu, nesta segunda-feira (4), uma condenação de 18 anos e oito meses de prisão pelo Tribunal do Júri de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá.
A decisão confirma a culpa de Hércules pelo assassinato de uma mulher com quem mantinha um relacionamento extraconjugal, em 2001. Segundo o Ministério Público de Mato Grosso, a motivação do crime teria sido a recusa da vítima em interromper a gravidez.
Com essa nova sentença, Hércules, que já acumula outras condenações por crimes brutais, vê sua pena unificada ultrapassar 200 anos de reclusão. Atualmente, ele está preso na Penitenciária Central do Estado (PCE), em Cuiabá. O g1 tentou contato com a defesa de Hércules, mas ainda não obteve resposta.
Planejamento e execução do crime
De acordo com a denúncia, o crime ocorreu quando Hércules, então policial, combinou de tirar a vida da mulher após ela engravidar e rejeitar o aborto. Na noite do assassinato, ele ligou para um orelhão próximo à casa da vítima e pediu para chamá-la. Enquanto conversavam, dois homens se aproximaram e dispararam várias vezes contra a cabeça dela, matando-a no local. Célio Alves de Souza e José de Barros Costa, acusados de realizar os disparos, ainda aguardam julgamento, pois recorreram da sentença.
Histórico de crimes e outras condenações
Hércules Agostinho é conhecido por uma longa ficha criminal. Entre os assassinatos pelos quais foi condenado está o do empresário e dono do jornal Folha do Estado, Sávio Brandão, em 2002. O ex-cabo foi sentenciado a mais de 160 anos de prisão por uma série de homicídios, incluindo o do empresário Rivelino Jacques Brunini e de Fauze Rachid Jaudy, além da tentativa de assassinato do pintor Gisleno Fernandes, crimes estes que teriam sido encomendados pelo ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro.
Na penitenciária, Hércules também ficou famoso por mau comportamento, protagonizando tentativas de fuga e enfrentamentos com agentes prisionais. Em 2019, chegou a ser transferido para o presídio federal de Mossoró (RN) por conta das tentativas de fuga e ameaças feitas contra funcionários da prisão.