Domingo, 03 de Agosto de 2025

POLÍTICA Quarta-feira, 30 de Julho de 2025, 09:23 - A | A

30 de Julho de 2025, 09h:23 - A | A

POLÍTICA / REPETIÇÃO DE UM ESCÂNDALO

26 anos depois, TJMT volta ao centro de fraude milionária com “conta única”

Operação Sepulcro Caiado escancara novo esquema que sangrou R$ 21 milhões do Judiciário com participação de servidores e advogados

Da Redação
A Bronca Popular



A história parece se repetir — e da pior forma possível. O Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) volta a ser manchete nacional com um escândalo envolvendo a bilionária conta única, usada para centralizar os depósitos judiciais.

A mesma conta que, em 1999, foi pivô do assassinato brutal do juiz Leopoldino Marques do Amaral, agora ressurge como o cofre saqueado por uma quadrilha composta por empresários, advogados e servidores públicos. O rombo: mais de R$ 21 milhões.

Na época, a morte de Leopoldino no Paraguai escancarou desvios milionários na Vara de Família, onde o magistrado atuava.

Segundo a imprensa daquele período, o juiz desviava recursos públicos para bancar luxos e uma vida de ostentação.

Hoje, 26 anos depois, um novo grupo criminoso volta a atacar os cofres do Judiciário, usando estratégias simples, porém altamente eficazes, para drenar recursos das contas judiciais.

A operação deflagrada nesta quarta-feira (30), batizada de Sepulcro Caiado — expressão que denuncia aparências justas encobrindo podridão —, revelou uma engenharia de fraudes estruturada e persistente entre 2018 e 2022.

O esquema incluía processos fantasmas, falsos depósitos, alvarás forjados e lavagem de dinheiro por meio de empresas de fachada.

O Judiciário foi usado como trampolim para um roubo silencioso, onde até pessoas interditadas judicialmente foram transformadas em “autores” de dívidas quitadas com dinheiro que jamais existiu.

Apesar de o TJMT ter colaborado nas investigações, a reincidência desse tipo de crime dentro da estrutura do Poder Judiciário levanta dúvidas incômodas: como um sistema tão vulnerável seguiu operando por anos? Por que só agora os alarmes internos foram acionados?

A Justiça mato-grossense precisa dar respostas claras e profundas.

A sociedade exige mais do que operações policiais: quer garantias de que esses crimes não se tornem mais um capítulo cíclico de corrupção sistêmica. Afinal, a conta única é pública — e a cada desvio, quem paga é o contribuinte.

A pergunta que ecoa é inevitável: será mesmo que apenas advogados e servidores estavam se banqueteando nesse esquema? Ou há mãos mais poderosas escondidas por trás do véu da toga? Cabe à Polícia responder. E à Justiça, reagir com firmeza.

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