Da Redação
Em junho de 2021, foi deflagrada a primeira fase da Operação Espelho pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor), com objetivo de investigar irregularidades na execução de contratos de serviços de médicos plantonistas para o Hospital Metropolitano de Várzea Grande.
A operação tinha como alvos ex-diretores do Hospital Metropolitano, servidores e o dono da empresa LB Serviços Médicos Ltda, Luiz Gustavo Castilho Ivoglo. O prejuízo estimado a época pela Controladoria Geral do Estado (CGE) em dois contratos seria de R$ 229.752,50.
Na última quinta-feira (24), a Polícia Judiciária Civil, com autorização da justiça, pipocou a 2º fase da Operação Espelho. O avanço das investigações provou que o prejuízo inicialmente calculado em pouco mais de 200 mil, na verdade supera o montante estratosférico de R$ 35 milhões. Medidas cautelares de sequestro de imóveis, apartamentos, fazendas e carros de luxo foram expedidas para garantir os danos causados ao erário público.
LB Serviços Médicos Ltda teve seu nome de fantasia alterado para LGI Médicos Ltda, tendo sempre Luiz Gustavo Castilho Ivoglo como proprietário. Foi com esse novo nome de fantasia que Ivoglo venceu uma licitação da secretaria de Saúde de Tangará da Serra.
O faturamento previsto é de mais de R$ 14 milhões por ano.

Serviços contratados
LGI Médicos Ltda venceu um lote da licitação da secretaria de Saúde para serviços de anestesiologia no Centro Cirúrgico do Hospital Municipal pelo valor de R$ 8 milhões/ano, o que corresponde a R$ 670 mil/mês.
Pelo serviço de cirurgia geral, a empresa de Ivoglo receberá R$ 1,9 milhão/ano, ou seja, R$ 159 mil/mês. Serviços de ginecologia e obstetrícia (parto e nascimento) rende a LGI R$ 2.382.000,00/ano, ou R$ 198.499,98/mês. O serviço de ortopedia e traumatologia também está sendo executado pela LGI Médicos Ltda. O valor do contrato é de R$ 2.220.000,00 fracionados em 12 parcelas de R$ 184.999,98.
Como consequência da 2º fase da Operação Espelho, a justiça proibiu o empresário firmar contrato com entes públicos – governo do estado, prefeituras e consórcios intermunicipais de saúde.
Por força dessa medida cautelar, os contratos que Ivoglo mantem com as prefeituras de Alta Floresta, Colíder, Cuiabá, Peixoto de Azevedo, Várzea Grande, Sinop, Paranaíta, Guarantã do Norte e Tangará da Serra devem ser rescindidos de imediato.
A rescisão do contrato com a LGI não implica afirmar que tenha havido qualquer irregularidade no processo de licitação realizado por esses municípios ou na prestação dos serviços contratados.
O secretario de Saúde de Tangará da Serra, Wellington Bezerra, afirmou à reportagem que segue a determinação judicial. Ele ressaltou a lisura do processo licitatório e desconhece qualquer irregularidade na prestação dos serviços pela empresa investigada. "Se tiver que rescindir o contrato assim será feito sem o menor problema", afirmou.
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