Da Redação
A Bronca Popular
Em Guarantã do Norte, a morte tem endereço e sobrenome: negligência e abandono.
Enquanto o prefeito Subtenente Márcio Gonçalves (Novo) queima milhões em festas de rodeio para massagear o ego e tentar calar a crítica com fogos de artifício, a população agoniza diante da omissão do poder público.
Foi nesse cenário de descaso que um bebê morreu dentro do ventre da mãe, grávida de oito meses, sem qualquer atendimento digno no Hospital Municipal Nossa Senhora do Rosário.
O drama foi exposto de forma crua e comovente pelo jovem Robson, filho da paciente.
Em um vídeo divulgado nas redes sociais, o rapaz denuncia a sequência de erros, omissões e mentiras que culminaram na morte do bebê e colocam em risco a vida de sua mãe, ainda internada.
“Minha mãe deu entrada com pressão alta, todo mundo sabe que isso impede a oxigenação do bebê. Não fizeram nada. O médico só aparecia uma vez por dia, dava um comprimido e ia embora. Uma semana depois, descobrimos que o bebê já estava morto dentro da barriga dela”, denuncia Robson, visivelmente abalado.
Mais chocante que o silêncio da direção do hospital foi a tentativa de manipular os fatos.
Segundo o jovem, ao levar o caso à primeira-dama do município, esta teria contatado o diretor do hospital — identificado como Paulo —, que, sem pudor, tentou reescrever a história: “Disseram que propuseram tirar o bebê e minha mãe recusou. Isso é mentira. Ninguém propôs nada. Só abandonaram ela lá até o bebê morrer”.
O depoimento de Robson revela uma rotina de negligência institucionalizada: falta de acompanhamento médico adequado, protocolos ignorados e uma completa ausência de empatia por parte de quem deveria zelar pela vida.
E tudo isso sob o olhar complacente da gestão municipal, que, em vez de investir em saúde básica, prefere investir em arquibancadas de rodeio. O contraste é revoltante: de um lado, cavalos bem tratados, estrutura milionária e artistas caros; do outro, um hospital que se arrasta entre a precariedade e o luto.
Até quando Guarantã do Norte vai aceitar esse cenário? Quantas vidas mais precisam ser perdidas para que se reconheça que a prioridade de um gestor público deve ser salvar pessoas — não contratos de shows?
O clamor de Robson precisa ecoar: “Até quando essa saúde de merda vai continuar?” A sociedade precisa exigir respostas, responsabilizações e mudança. Porque o silêncio, neste caso, é cúmplice.
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