EDÉSIO ADORNO
Da Editoria de Política
A juíza da 7º Vara Criminal de Cuiabá, Ana Cristina Silva Mendes, garantiu o direito do vice de Taques, Carlos Fávaro (PSD), de ter acesso as provas encartadas na ação penal que apura no âmbito da operação Rêmora um rombo de R$ 56 milhões na Seduc.
Pego com a boca na botija, o ex-secretário de Educação, Permínio Pinto, celebrou acordo de colaboração premiada com o MPF e alcaguetou seus comparsas de empreitada criminosa. A delação de Pinto, que foi homologada pelo ministro Marco Aurélio de Mello, permanece sob sigilo no STF.
Denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPE), sete suspeitos de desvios na Seduc correm contra o tempo para tentar evitar o desfrute de uma temporada atrás das grades.
Por enquanto, Favaro corre por fora. Mas teme ser chamado para integrar o polo passivo da demanda criminal. Ele foi alvo da operação Rêmora, mas teve seu nome citado pelo delator Permínio Pinto, um dos delatores do esquema de fraudes e de desvios milionários na Seduc.
De acordo com os investigadores do Gaeco e da Defaz, o pagamento de propina por parte de empresários tinha por objetivo levantar dinheiro para saldar dívidas de caixa 2 da campanha eleitoral de 2014 da chapa Taques/Favaro.
No acordo de delação que assinou com o MPF, Permínio Pinto afirmou que Carlos Fávaro, na condição de vice-governador de Taques, tinha conhecimento sobre o caixa 2 na campanha eleitoral e teria articulado uma forma de quitar dívidas de campanha através de um acordo com a JBS/Friboi, firmado já na gestão de Taques.
“Fávaro teria dito que um empresário lhe deu a ideia para que eles se aproveitassem de um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) com a JBS/Friboi para que a empresa pagasse as dívidas de campanha”, diz trecho do termo 5 da delação.
Pinto declarou que foi informado da existência de dívidas de campanha pelo empresário Alan Malouf, que era o coordenador financeiro da campanha de Taques/Favaro.
O delator sustenta que foi Fávaro quem revelou que os gastos da campanha foram de R$ 35 milhões e não de R$ 29 milhões, conforme informado a Justiça Eleitoral.
Por causa dessa informação, Fávaro requereu cópia dos autos. Claro, o pleito do vice de Taques foi atendido.
É salutar deixar gizado que Favaro não foi alvo da Rêmora, seu nome não aparece entre os suspeitos de fraude na Seduc. O vice de Taques deve ser investigado e processado pela prática de Caixa 2. A chapa da qual participou é uma e indivisível. Se não quiser sofrer uma rebordosa da justiça, seria prudente fazer um acordo de delação e entregar os personagens que fizeram captação ilícita de recursos. (Com conteudo do Folha Max)