Da Redação
A Bronca Popular
Se o Congresso Nacional fosse um palco de vaidades, Rosângela Moro estaria entre as protagonistas de um espetáculo tragicômico.
A deputada federal paulista, esposa do ex-juiz e hoje senador Sérgio Moro, acaba de ultrapassar a fronteira do ridículo ao apresentar um projeto de lei que propõe assistência para pessoas que criam vínculos afetivos com bonecos "reborn" — réplicas hiper-realistas de bebês.
Enquanto o Brasil mergulha em crises reais — da insegurança alimentar à precariedade na saúde pública, passando pela violência doméstica e a miséria infantil — Rosângela decide que o problema urgente da nação é o amparo emocional a quem trata bonecos como filhos. É como se a parlamentar vivesse num mundo paralelo, alheia ao chão batido do povo e à função essencial do Legislativo.
A proposta escancara um abismo entre o mandato que recebeu e a realidade que ignora. Não se trata de empatia — mas de alienação. O populismo performático travestido de sensibilidade. O oportunismo patético que tenta gerar manchete onde deveria haver responsabilidade.
Rosângela Moro se soma ao marido no triunfo da inutilidade parlamentar: ele, um ex-justiceiro convertido em político errante; ela, uma deputada que troca a dor de mães reais por bonecas de silicone. O país merece mais do que esse teatro absurdo. Merece representantes que toquem a vida como ela é — de carne, osso e urgência.