Da Redação
Blog Edição MT
Em meio à crescente tensão institucional no Brasil, com ataques reiterados ao Supremo Tribunal Federal e tentativas de deslegitimar o processo democrático, uma articulação silenciosa mas poderosa ganha corpo: o avanço dos interesses estratégicos dos Estados Unidos sobre o território e os recursos brasileiros, especialmente com a retomada de influência de Donald Trump.
A presença do deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) em solo norte-americano — sob o pretexto de denunciar uma “ditadura de toga” e criticar o ministro Alexandre de Moraes — é, na prática, mais do que uma cruzada ideológica. Trata-se de uma manobra deliberada para facilitar o domínio externo sobre áreas sensíveis da soberania nacional, por meio de laços político-empresariais alinhados ao trumpismo.
Infraestrutura, minérios e dados: os alvos de sempre
Com Trump de volta ao tabuleiro global, os EUA miram no Brasil como peça-chave de influência na América Latina. A cobiça se intensifica sobre:
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Portos e rotas de escoamento, vitais para o agronegócio e a exportação de minérios.
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Base de Alcântara, no Maranhão, ideal para lançamentos espaciais e controle de satélites.
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Minérios estratégicos, como nióbio, lítio e terras raras, essenciais para a indústria bélica e tecnológica.
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Dados e infraestrutura digital, com atenção redobrada à disputa pelo 5G e ao combate à presença chinesa.
A retórica de defesa da “soberania” e da “liberdade” se choca com a realidade. Enquanto Eduardo Bolsonaro posa como defensor do Brasil nos palanques internacionais, abre portas para uma dependência estrangeira que compromete o controle nacional sobre recursos naturais, comunicação, logística e inteligência estratégica.
É um jogo perigoso, travestido de “alinhamento ideológico”, que despreza os verdadeiros interesses do povo brasileiro em troca de visibilidade, proteção pessoal e acordos subterrâneos.
Denunciar o STF no exterior como “tirania” é mais do que irresponsabilidade institucional. É uma tática para enfraquecer as instituições brasileiras e abrir espaço para que potências estrangeiras determinem, por pressão ou influência econômica, o rumo do país.
Num momento em que o Brasil deveria reafirmar sua soberania, suas riquezas e sua independência diplomática, figuras como Eduardo Bolsonaro atuam como cavalos de Troia, levando a disputa interna para as mãos de quem tem tudo a ganhar — e nada a perder.