EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
Quando as 210 unidades habitacionais do residencial Valencia II foram entregues aos sorteados, os novos moradores comemoraram a realização do sonho da casa própria. Um sonho que logo virou pesadelo!
Descobrir que a pavimentação asfáltica das ruas é menos resistente e durável que uma casaca de ovo foi a menor das surpresas. A rede de esgotamento sanitário foi construída com tubulação de bitola não suporta a vasão nem mesmo das lágrimas dos moradores.
O represamento do esgoto gera aquele odor nada agradável nas ruas e no interior das casas. Qual a consequência disso? Para a construtora Lorenzetti, a responsável pela implantação do condomínio inserido no programa Minha Casa Minha Vida e financiado pela Caixa Econômica Federal, talvez nenhuma.
O piso em várias moradias se solta com facilidade impressionante, o que evidencia adição fora da proporção recomendada de argamassa.
Uma moradora do Valencia II, mãe de um bebê de dois, convive um rapaz portador de deficiência visual, cujo nome o site omite para preservá-la, faz um relato chocante.
“Tenho um bebê de 2 meses e quando trocaram o piso passei o dia todo colocando coisas para fora de casa e eles fizeram um serviço desse...”, afirma ela, com o indicador a apontar a situação deplorável do piso de sua residência.
A moradora acrescenta que o responsável pelos reparos nas casas seria um cidadão conhecido pela alcunha de Macarrão.
“Foi esse cidadão que veio e me disse que o problema dessas casas seria o radier (um tipo de fundação rasa que se assemelha a uma placa ou laje que abrange toda a área da construção) e o contra piso. Ele falou que se eu quisesse ficar com um serviço por mais tempo e melhor, que deveria comprar piso e pagar um pedreiro para assentar”
Foto cedida por moradora do Valência II

Pisos se soltam com facilidade e construtora se nega a corrigir o problema
A moradora emenda que ameaçou registrar uma ocorrência no Procon para forçar a construtora corrigir as falhas apresentadas no imóvel. Ainda assim não teve resposta satisfatória.
“No início não colocaram calhas nas cumeeiras, o que fazia a chuva alagar a casa. As paredes tinham infiltração e apresentavam bolor ou mofo. Era horrível. Entrei em contato e eles falaram que não tinha, nada a ver com pintura”.
Conclui a moradora:
“O esgoto fede dentro de casa. Não comporta a população. O aquecedor solar vaza água. O Registro tem que estar ligando e desligando, pois se a caixa enche o aquecedor começa vazar agua. As janelas não batem com a marca do contrato assim como torneiras e várias outras coisas”