Da Redação
Estado de Minas
O julgamento da ex-prefeita de Santa Luzia, Roseli Pimentel, está sendo realizado na tarde desta segunda-feira (8/5) e, durante o interrogatório, ela chorou e afirmou que não conhecia o jornalista Maurício Campos Rosa, de 64 anos, morto em agosto de 2016. A mulher é acusada de ordenar e financiar, com dinheiro público, o assassinato.
Roseli disse aos magistrados que viu Maurício apenas três vezes, que sua gestão não tinha contrato com a empresa do jornalista, dono do jornal O Grito, mas que o prefeito anterior, que já tinha morrido, fez um acordo para realizar publicações no jornal.
Apesar de ser acusada do crime, ela negou a participação e disse que soube da morte somente após uma ligação do seu então marido, que tinha ouvido a notícia no rádio. Ela também foi indiciada por pagar R$ 20 mil ao assassino, com recurso retirado da Secretaria Municipal de Saúde. Apesar disso, Roseli negou também o desvio e ressaltou que soube do pagamento quando teve acesso ao processo criminal.
Por diversas vezes, a ex-prefeita chorou diante da juíza Fabiana Gomes Ferreira e afirmou ser inocente.
Ao todo, cinco réus estão sendo ouvidos nesta segunda.
Relembre o caso
O dono do jornal O Grito, de Santa Luzia, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi assassinado a tiros na noite de 16 de agosto de 2016.
As investigações apontaram que a, então prefeita da cidade, Roseli Ferreira Pimentel, era a mandante e foi indiciada por homicídio duplamente qualificado pela morte do jornalista, pelo uso de verbas públicas para pagar os assassinos e por ocultar provas do crime. O crime foi motivado pela disputa eleitoral de 2016 e ela pagou R$ 20 mil para o criminoso.
O recurso teria sido retirado da Secretaria Municipal de Saúde, mas com nota emitida pela Secretaria Municipal de Educação com a justificativa de que a verba seria utilizada para a compra de mamão destinado à merenda escolar.
Em 2017, Roseli teve a prisão preventiva decretada. Porém, logo em seguida, um habeas corpus do Superior Tribunal de Justiça (STJ) determinou que ela fosse solta e usasse tornozeleira eletrônica.
Entre 2017 e 2018, a chapa da prefeita foi condenada por irregularidades em financiamento de campanha. Roseli foi afastada do cargo e a Câmara de Vereadores de Santa Luzia abriu um processo de cassação do mandato. A ação foi extinta em maio de 2018, quando Roseli renunciou ao cargo.