Da Redação
A Bronca Popular
Com a cumplicidade da Polícia Rodoviária Federal (PRF), a leniência do ministro Anderson Torres (Justiça) e o dinheiro de grandes empresários e tubarões do agronegócio, bolsonaristas indignados com a eleição de Lula e amargurados com a derrota de Bolsonaro, fecharam rodovias e promoveram o caos social no Brasil.
O movimento golpista não aceita o veredicto das urnas e pede intervenção militar – um delírio sem base legal.
Alheio ao choro de seus seguidores, o presidente Jair Bolsonaro reconheceu, com atraso, a derrota para Lula, segundo disse Fachin (STF).
O vice general Hamilton Mourão, eleito senador pelo RS, declarou que o jogo foi perdido.
O entorno de Bolsonaro já reconheceu a vitória de Lula e o chefe da Casa Civil Ciro Nogueira será o responsável pela transição de governo.
O TSE pontuou que o pleito foi limpo e transparente.
Arthur Lira e Ronaldo Pacheco, presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, respectivamente, também reconheceram a lisura das eleições e já trabalham com a perspectiva de contribuir com o governo do presidente Lula.
Enquanto as autoridades se entendem, a baderna continua nas estradas do Brasil.
Na tarde desta quarta-feira, Bolsonaro gravou um vídeo para falar com seus seguidores e pedir a desobstrução das rodovias. Prejuízo no bolso
Atordoado pelo impacto negativo que o bloqueio de rodovias causou no bolso dos donos do PIB, o ministro da Agricultura, Marcos Montes, declarou à CNN que não concorda com os bloqueios de estradas. Isso porque, segundo ele, esse tipo de ação prejudica o agronegócio no país.
De acordo com Pontes, “o bloqueio nas estradas é um ‘bumerangue’ que prejudica o nosso agro, o nosso povo, e ainda estamos dentro do nosso governo”, disse. O ministro avalia que os protestos nas estradas são “dramáticos” para a produção rural e o campo.
Acossado pela gravidade da situação, Montes pediu a Torres (Justiça) e ao diretor da PRF, Silvinei Vasques, que as estradas sejam desbloqueadas o quanto antes possível. Segundo ele, o agro e toda a sociedade estariam pagando um preço muito alto pela obstrução do fluxo viário das rodovias.
Os produtores rurais, que antes apoiavam o movimento golpista de fechamento das rodovias, agora precisam escoar a produção e cumprir acordos comerciais. Não apenas o agro, mas todas as atividades econômicas amargam prejuízos com a baderna nas rodovias.
“É hora de acabar com a brincadeira de golpe. Mas o movimento deve continuar, sugiro aos caminhoneiros e demais descontentes com a eleição de Lula que façam greve de fome”, orientou um comerciante de Campo Novo.