Da Redação
A Bronca Popular

Uma denúncia anônima recebida pela redação nesta quarta-feira (26) aponta uma possível negligência grave na Escola Estadual Manoel Marinheiro, em Tangará da Serra.
O caso envolve uma criança autista, não verbal, que desapareceu após ser deixada pela mãe no portão da escola na última segunda-feira (23), por volta das 12h55.
De acordo com o relato, a criança, que costuma entrar sozinha na unidade, teria acessado os portões da escola, mas logo em seguida saiu, sem que nenhum servidor percebesse.
A ausência do aluno só foi notada horas depois, quando o Corpo de Bombeiros entrou em contato com a mãe por volta das 17h, informando que a criança havia sido encontrada no anel viário da cidade, sob chuva.
Ao ligar para a escola, em estado de desespero, a mãe foi informada pela direção que a criança havia simplesmente “faltado à aula”.
Sem qualquer registro ou controle, o menino passou toda a tarde perambulando pelas ruas da cidade, sem supervisão, até ser entregue em segurança pelos bombeiros em casa.
O drama se repetiu na quinta-feira (25). Logo após chegar à escola, a criança conseguiu novamente sair pelos portões.
Por sorte, a mãe ainda se encontrava nas proximidades e conseguiu evitar nova situação de risco.
A denunciante destacou a ausência de seguranças e o fato de os portões permanecerem abertos, sem qualquer controle de entrada e saída, como agravantes da negligência. Ela afirma que a mãe está profundamente abalada e não se sente segura para continuar levando o filho à unidade.
Manifestação oficial – Diretoria Regional de Educação

Saulo Scariot - Diretor Regional de Educação da SEDUC
Procurado pela reportagem, o chefe da Diretoria Regional da Secretaria de Estado de Educação em Tangará da Serra, Sualo Scariot, afirmou que a situação envolvendo a criança autista na Escola Estadual Manoel Marinheiro é tratada com a devida seriedade pela Secretaria Estadual de Educação, que oferece suporte especializado e atendimento personalizado por profissional capacitado para acompanhar o aluno em sala de aula.
Segundo Scariot, o episódio ocorrido na última segunda-feira (23) é considerado um fato isolado, mas serve como ponto de atenção para melhorias nos protocolos de segurança e acolhimento. Ele frisou que a criança conta com assistência específica dentro da escola, mas destacou também a importância da colaboração entre a instituição e a família.
“A Secretaria de Educação tem investido fortemente na inclusão e no acompanhamento de alunos com necessidades especiais. Há um profissional que acompanha diretamente essa criança. No entanto, é preciso um pouco mais de atenção da genitora no momento da entrega e da entrada da criança na unidade escolar. Sabemos que o cuidado é uma via de mão dupla”, ponderou.
O dirigente reforçou que a gestão educacional lamenta profundamente o ocorrido, que foi prontamente analisado pelas equipes técnicas, e que medidas de aperfeiçoamento nos procedimentos de acolhimento e segurança já estão em estudo para evitar reincidências. “Reafirmamos nosso compromisso com a inclusão, a segurança e o bem-estar de todos os estudantes. Situações como essa nos mobilizam a aprimorar continuamente nossos processos e fortalecer a rede de proteção às crianças”, concluiu. .