Romilson Dourado
Editor Rdnews
Figura emblemática de esquemas de corrupção em Mato Grosso e alvo de quatro operações policiais, o ex-secretário Pedro Nadaf, que fez delação e se livrou da prisão, escondeu e mentiu sobre dinheiro sujo para o próprio chefe, o ex-governador Silval Barbosa, outro delator. Ambos corroeram os cofres públicos entre 2011 e 2014.
Nadaf recebeu, por exemplo, R$ 1,2 milhão em dinheiro vivo das mãos de suas operadoras Lenes Monteiro e Karla Cecília de Oliveira Cintra, que o auxiliava no recebimento de propina, nos pagamentos indevidos e na lavagem de dinheiro.
Os mais de R$ 1 milhão de propina foi captado por meio do processo de desapropriação da área do bairro Renascer, em Cuiabá. Já Nadaf, em sua delação com quase 40 termos de declarações, apresentou a versão de que tal dinheiro teria ido para conselheiros do TCE, quando, em verdade, o embolsou.
Ex-assessora da presidência no Senac e depois diretora financeira da Fecomércio, entidades então tocadas por Nadaf, Karla Cecília, que também fez delação, contou ao MPE e à Delegacia Fazendária que, junto com Lenes, ex-funcionária da Fecomércio, fizeram depósitos e depois saques de 10 cheques, somando R$ 1,2 milhão. E esse montante, assegurou ela, foi entregue para Nadaf, que guardava a dinheirama num cofre dentro da Fecomércio.