O pacote para reduzir o preço dos combustíveis neste ano de eleições pode causar um rombo de R$ 115 bilhões no orçamento de estados. Desse total, R$ 27 bilhões seriam perdas de receita para prefeituras, segundo cálculos da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
O pretexto para impor tamanho sacrificio aos entes federados seria conter a disparada no preço dos combustíveis e desacelerar a marcha galopante da inflação.O novo reajuste, anunciado pela Petrobras, na manhã desta sexta-feira, deixou o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP), visivelmente constrangido. Assustado, o cacique do Centrão pediu a imediata 'renúncia' do presidente da Petrobras.
Um pedido inócuo e sem sentido. Renúncia é uma atitude unilateral.
O projeto (PLP 18), aprovado a toque de caixa pelo Senado e Câmara dos Deputados fixa um teto de 17% do ICMS para combustível, diesel, energia, telecomunicações, gás e transporte urbano.
Governadores e prefeitos consideram o projeto um “arrasa-quarteirão” sem volta nas finanças de Estados e municípios. O governador Mauro Mendes (UB) sinalizou favorável a aprovação do projeto, desde que o desconto no preço dos combustíveis chegasse ao consumidor final.
Nesta sexta-feira, o que o consumidor ganhou, logo pela manhã, foi o anúncio de novo reajuste no preço dos combustíveis.
Para sufocar focos de resistência a aprovação do projeto, o governo federal adotou a estratégia de expor publicamente os governadores que se recusaram a reduzir a zero o diesel neste ano de eleições gerais.O estratagema surtiu efeito.
Parlamentares que votaram contra o projeto foram expostos e escrachados nas redes sociais.