Da Redação
A Bronca Popular
A recente aprovação na Câmara dos Deputados, que eleva para 80% o tempo mínimo de pena em regime fechado antes da progressão para o semiaberto em todos os crimes hediondos, reflete uma inquietação legítima da sociedade brasileira contra a impunidade.
É compreensível o clamor por punições mais duras diante da escalada da violência, especialmente quando vítimas são cidadãos comuns ou agentes públicos.
A uniformização do cumprimento de pena busca garantir que o rigor da justiça seja aplicado a todos, sem distinção, evitando a sensação de leniência que alimenta a reincidência.
Contudo, o debate não pode ignorar a necessidade de políticas integradas que envolvam prevenção, ressocialização e redução da superlotação carcerária.
A simples elevação do tempo de pena, sem suporte estrutural ao sistema prisional, pode perpetuar problemas históricos, como a violência dentro das prisões e o fortalecimento de organizações criminosas.
A luta contra a impunidade é urgente, mas exige equilíbrio entre firmeza e eficiência para construir um país mais seguro e justo.