Bolsonaro teve menor desempenho em Campo Novo do que o alcançado nas demais cidades da região

Da Redação
Blog Edição MT

Campo Novo do Parecis é uma terra de fartura, prosperidade e oportunidade. Por lá, o agro impulsiona a economia, movimenta o comércio, faz pulsar a prestação de serviços e injeta pesado na indústria e na construção civil. A intensa movimentação política do primeiro turno deixou evidente para o resto do estado que Campo Novo é uma espécie de Meca para o bolsonarismo.  

O resultado das urnas foi satisfatório, mas comparado com o desempenho do presidente Jair Bolsonaro e de seu oponente Lula na cidade e nos municípios da região (Tangará da Serra, Sapezal, Brasnorte e Juína), os aliados do capitão precisam rever suas estratégias de campanha.  

Em Campo Novo, Lula teve 31,69% dos votos válidos, o maior percentual entre os municípios da região.

O petista teve melhor desempenho na terra do agro que em Juína, que é considerada o berço do Lulopetismo no estado.  

Veja os números oficiais da votação de 02 de outubro divulgados pelo TSE:

Votação presidente - Campo Novo do Parecis Jair Bolsonaro (PL): 12.526 votos (64,24%) Lula (PT): 6.180 votos (31,69%)

Votação presidente - Brasnorte Jair Bolsonaro (PL): 5.632 votos (68,90%) Lula (PT): 2.229 votos (27,27%)

Votação presidente – Sapezal Jair Bolsonaro (PL): 8.572 votos (65,93%) Lula (PT): 3.971 votos (30,54%)

Votação presidente – Tangará da Serra Jair Bolsonaro (PL): 34.774 votos (67,69%) Lula (PT): 13.286 votos (25,86%)

Votação presidente – Juína Jair Bolsonaro (PL): 15.291 votos (65,60%) Lula (PT): 6.915 votos (29,66%)

Nota de rodapé

 Prefeito Rafael Machado ao lado do presidente Jair Bolsonaro durante audiência no Palácio do Planalto

Os produtores rurais e os satélites econômicos que gravitam em torno do agronegócio são predominantemente bolsonaristas. O problema de fácil percepção é que esse pessoal não se comunica com a população de baixo poder aquisitivo. Moradores de bairros como o Jardim das Palmeiras, Boa Esperança e residencial Parecis nunca são convidados para convescotes em requintados salões de evento.

Durante a campanha eleitoral, empresários do campo e da cidade enfileiraram caminhonetes de luxo, carros importados, caminhões, carretas, ônibus e motocicletas em quilométricas carreatas. Nada além de exibição pública de poderio econômico. O eleitor mais recatado se sente alijado desse espetáculo de grandeza e tende a votar em alguém que aparenta demostrar preocupação com sua vida, sua existência.

A custo zero, Lula teve a metade dos votos de Bolsonaro. O petista abocanhou 31,69% dos votos válidos de Campo Novo.

Esse percentual somente não foi maior porque o prefeito Rafael Machado (UB), que investe pesado na infraestrutura urbana, leva pavimentação asfáltica aos bairros, prioriza a saúde pública e deve entregar até o término de seu mandato um moderno hospital regional,  saiu à campo em defesa do presidente Jair Bolsonaro. Claro, outros atores sociais também tiveram sua participação.

O plus a mais de Machado é que ele é presença cativa nas comunidades, interage com movimentos sociais e nunca se furta ao dialógo.

O 2º turno se aproxima, os ruralistas vão novamente se limitar a realização de belas carreatas ou vão buscar o apoio do eleitorado dos bairros satélites da cidade? O momento exige mobilização em defesa da reeleição do presidente Jair Bolsonaro. Definir e colocar em prática uma eficiente estratégia de comunicação com a comunidade pode ser um bom começo.