Edésio Adorno
Tangará da Serra
O destino político e o futuro de Torixoréu está nas mãos dos 2.832 eleitores aptos a participar do pleito suplementar definido pelo Tribuna Regional Eleitoral (TREE) para ser realizado no próximo dia 01 de agosto de 2021.
Anteriormente, a eleição foi marcada para 11 de abril, mas teve que ser adiada devido ao agravamento da crise sanitária provocada pela covid-19. Para o pleito de então, o prefeito interino Thiago Timo havia jurado por todos os santos que apoiaria o pecuarista e aliado de primeira hora do ex-prefeito Odoni Mesquita, que faleceu em razão da covid-19 e de sua esposa, a ex-prefeita Inês Coelho, de quem foi vice-prefeito.
No cargo de chefe interino do executivo há cinco meses, Timo se encantou pelo poder, rasgou compromissos, cravou o punhal nas costas de Ademilson Queiroz e assumiu que será candidato a permanecer no comando da prefeitura.
O problema é que eventual vitória de Thiago Timo pode ter o mesmo final da eleição de Inês. Pode ganhar, mas corre o risco de não levar ou se levar será por pouco tempo e logo outra eleição suplementar, direta ou indireta, deverá ser marcada.
A explicação é simples!
Antes de se eleger vereador, presidente da Câmara e assumir a interinidade na prefeitura, Thiago já respondia duas ações por improbidade administrativa. Já teve seus bens bloqueados por decisão judicial e, na hipótese de provável condenação, terá que ressarcir os danos causados ao erário e como consequência terá seus direitos políticos suspensos por um bom período.
Em uma das ações, o MPE busca responsabilizar Thiago e outros réus por fraude em licitação para compra fictícia de combustível, conforme consta do Processo Numeração Única 8056-66.2019.811.0004 (Código: 310227)
Em outra ação, também ajuizada pelo MPE, Timo responde por atestar falsamente o recebimento de produtos adquiridos e pagos pela prefeitura com fortes indícios de não entrega, segundo consta no Processo Numeração Única 11546-96.2019.811.0004 (Código: 316786).
Os dois processos, já com denuncia recebida e com liminar determinando o bloqueio de bens dos réus, tramitam na Quarta Vara Civil da Comarca de Barra do Garças.
Na chefia do executivo, Thiago já teria cometido várias irregularidades e praticados uma penca de atos de improbidade administrativa. As suspeitam vão de empreguismo, superfaturamento de insumos para pontes e o uso de equipamento do município para beneficiar particulares em troca de apoio político para sua pré-candidatura a prefeito de Torixoréu.
O MPE já determinou a abertura de vários inquéritos cíveis para escanear a gestão Thiago. Logo, novas ações de improbidade administrativa serão ajuizadas contra o discípulo aplicado do falecido ex-prefeito Odoni Mesquita.
O rapaz é ligeiro e não dorme em serviço e, pelo que consta, não se preocupa em seguir as regras da administração pública e nem demonstra temor com a vigilância do MPE e TCE.
Os indícios de uso político da máquina pública saltam aos olhos da pulação e desafiam os órgãos de controle externo.