O prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro, autorizado pela federação de esquerda, construiu um contubérnio triangular entre Carlos Fávaro, Neri Gueller e Márcia Pinheiro com o propósito ou a promessa de desancar Mauro Mendes, comprometer a reeleição de Fagundes ao senado e garantir a vitória de Lula em Mato Grosso contra o presidente Jair Bolsonaro.
O quarteto dificilmente entregará ao petista o prometido. Foi desautorizado pelos fatos, pelas pesquisas e a cassação do mandato de Gueller e sua inegibilidade por oito anos sepultam qualquer chance da esquerda prosperar na terra do agro.
Atordoados com a decisão do TSE que retirou Gueller da disputa ao senado, os dirigentes da frente de esquerda vivem um impasse: forçar Neri joagar a toalha e substítuí-lo pela ex-reitora da UFMT, Maria Lucia (PCdoB) ou mantê-lo sub judicie na disputa apenas para cumprir tabela. Enfraquecido, Gueller perde a condição de cicerone de Márcia pelo interior de Mato Grosso. A esposa de Nenel, sozinha, não vai a lugar algum.
A cassação do mandato de Neri, além de prejudicar sobremaneira Dona Márcia, atingiu em cheio a vaidade, o orgulho e o elevado narcisimo de Fávaro. O Trairão do Pantanal está visivelmente abatido. Acabrunhado, o coordenador de Lula vive a síndrome do peru embriagado: gira e não sai do lugar.