Da Redação
Blog Edição MT
O tal Movimento Juntos Somos Mais Fortes é a negação do próprio nome. Seus signatários anônimos sempre estiveram juntos e misturados e perderam a eleição. Irresignados com a vitória de Lula, os buliçosos patriotas alimentam teorias golpistas na falsa expectativa de reverter a derrota do presidente Jair Bolsonaro no grito, na bravata e no tapetão. Todas as investidas, em todas as frentes de batalha, restaram fracassadas.
A mais recente custou ao PL, partido de Bolsonaro, uma condenação por litigância de má fé de R$ 22 milhões. Valdemar entrou com uma fajuta petição no TSE e saiu com uma dívida milionária e com a grana do fundo partidário bloqueada pelo ministro Alexandre de Moraes.
A carta apócrifa do dito movimento é um amontoado de sandices permeado por afirmações descabidas, possivelmente concebidas por cabeças delirantes. A desinformação salta robusta do primeiro ao último caractere do sofrível texto.
Abusada e de colossal petulância, a cartinha destaca no primeiro paragrafo a pretensão de “conscientizar”, como se o tangaraense não tivesse consciência de seu papel no contexto da sociedade e não fosse capaz de entender e interpretar a quadra política do momento.
Entende os signatários ocultos do “documento” apócrifo que existe “insatisfação com o cenário de inconsistência e insegurança política e jurídica atual com indícios veementes de fraude nas urnas referente as eleições de 2022”.
Cara pálida, cadê os indícios de fraude eleitoral? Afirmar que pode ter ocorrido é o mesmo que nada dizer.
O que pode acontecer não necessariamente acontece.
Dezenas de observadores internacionais, o ministério da Defesa, a OAB e até uma auditoria contratada pelo PL não encontraram o menor indicio de fraude nas eleições deste ano, assim como também não encontraram em pleitos anteriores. Essa acusação de tamanha gravidade é uma afronta ao Estado Democrático de Direito e as suas instituições.
O MPE precisa chamar ao confessionário os autores dessa cartinha sem remetente identificado.
O artigo 5º, IV, da CF/88 assegura a livre manifestação do pensamento, mas faz uma ressalva: é vedado o anonimato.
Identificar os signatários da carta e os dirigentes do Movimento Juntos Somos mais Fortes é medida que se impõe para combater a desinformação e fazer cessar os atentados contra a democracia e a ordem constitucional.
A carta destaca que o objetivo da mobilização é “assegurar nossos direitos de liberdade, expressão, liberdade econômica, liberdade de mercado, liberdade de manifestação e contra o cerceamento dos nossos direitos e garantias assegurados pela constituição”.
Se esse enunciado for verdadeiro, então a prática nazista de boicotar adversários será extinta, estradas jamais serão bloqueadas e comerciantes poderão abrir as portas de seus estabelecimentos sem medo de represália.
Não se iluda, o discurso é falso!
“Convidamos o comércio em geral a fechar suas portas na data de 24 de novembro até 27 de novembro e participar conosco Vem para a Rua, o Poder Emana do Povo”, conclui a cartinha com mais uma negação de seu conteúdo. É fato que o poder emana do povo e qual foi a decisão soberana do povo no pleito de 30 outubro? Vão respeitar?
Em comunicado a imprensa, Acits e CDL deixam claro que cada empresário tem liberdade para fechar ou não seu estabelecimento comercial. É assim que funciona nas democracias. O fechamento do comércio acarreta prejuízo aos empreendedores e transtorno aos consumidores.