Da Redação
A Bronca Popular
No último domingo (25), um grupo de indígenas da etnia Enawenê-Nawê foi alvo de um ataque perpetrado por seguranças que trabalham para a empresa responsável pelas usinas hidrelétricas Rondon, Parecis, Telegráfica e Campos de Júlio, localizadas na região oeste de Mato Grosso.
Os ataques ocorreram quando os indígenas planejavam realizar um protesto contra as hidrelétricas na região. A manifestação estava prevista para ser pacífica, e o grupo estava desarmado, sem o uso de arcos e flechas. Mulheres e crianças também estavam presentes no local, deixando claro que se tratava de uma manifestação pacífica.
A comunidade indígena busca rever um acordo estabelecido há 10 anos devido aos impactos negativos das usinas, especialmente sobre a pesca na região. De acordo com o acordo firmado com as hidrelétricas, os Enawenê-Nawê têm direito a receber compensações financeiras para a compra de peixes, utilizados em rituais e para alimentação.
Uma das principais reclamações da etnia é o baixo valor recebido, considerado insuficiente para a realização dos rituais, especialmente o ritual do Yaokwa.
Em uma ação na Justiça Federal de Mato Grosso, a defesa da Hydria Participações e Investimentos S.A., responsável pelas usinas, alegou que os indígenas representam uma "ameaça à posse" das hidrelétricas. Essa situação tem gerado crescente tensão entre os seguranças privados e os indígenas, conforme alega a defesa.
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