EDÉSIO ADORNO
Da Editoria de Política
A gestão do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) volta a se envolver em novo escândalo de improbidade administrativa – eufemismo de roubalheira do dinheiro público.
Dessa vez, não se trata de nenhum colossal desvio na área de saúde ou de pagamento de salário estratosférico a nenhum secretário. Mas se for confirmado, será um caso tão chocante como os apurados pelos investigadores da Defaz e Gaeco, no âmbito da operação Sangria, que tentam recuperar uma bolada de mais de R$ 50 milhões desviados da saúde pública.
O odor fétido e nauseabundo que exala da secretaria de Serviços Urbanos despertou o olfato refinado do promotor de justiça, Célio Joubert Fúrio, que resolveu investigar a origem da fedentina. De bate pronto, o representante do Ministério Público Estadual (MPE) descobriu que a empreiteira Eletroconstro Prestação e Terceirização de Serviços Ltda administra um contrato de prestação de serviços de R$ 48 milhões com o município.
Fúrio já sabe que a Eletroconstro, em ano anterior, prestou os mesmos serviços – limpeza de ruas e de áreas públicas –pelo valor de R$ 19 milhões. Agora, o fiscal da lei, da moralidade e da probidade na administração pública, quer saber o que justifica o salto carpado desse valor para R$ 48 milhões. Ou se preferir, que indexador satânico foi utilizado para se chegar a um reajuste de 152% no calor do contrato.
O primeiro passo para tentar desvendar esse negócio, no mínimo suspeito, já foi dado. O promotor Célio Joubert Fúrio instaurou um inquérito civil para investigar o contrato da Eletroconstro com o município de Cuiabá. A depender do resultado do inquérito, uma ação civil pública pode ser deflagrada para anular o contrato e tentar a recuperação de eventual dano causado ao patrimônio público.
Um detalhe curioso chama a atenção. No documento assinado pelo promotor de Justiça Célio Joubert Fúrio, consta que a Eletroconstro seria a responsável pelo fornecimento de caminhões e motoristas para a execução dos serviços de limpeza urbana. Ocorre que tanto o maquinário quanto os trabalhadores que fazem a execução dos serviços seriam servidores da secretaria de Serviços Urbanos.
Eis aí, portanto, mais um caso rumoroso que acaba de pipocar no governo de Emanuel Pinheiro. Lembrando que independente da conclusão do inquérito civil em curso, nada impede que uma ação coordenada pelo MPE e Defaz precipite em uma operação policial, cujo nome poderia ser “Operação Rastelada”. Fica a sugestão. (Com conteúdo do Hiper Notícias)