Edésio Adorno
Cuiabá
A Delegacia Especializada de Combate a Corrupção (Deccor), o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco/MPE), juntamente com a 10ª Promotoria de Justiça Criminal, deflagraram, na manhã desta quinta-feira, uma grande operação policial para dar cumprimento a quatro mandados de busca e apreensão na prefeitura de Cuiabá. Durante a ação dos agentes das forças de segurança, o secretário de Saúde do município, Luiz Antônio Possas, foi arrancado do cargo por ordem judicial.
Antonio Possas é suspeito de empaletozar – colocar no bolso do paletó – R$ 715 mil por meio da compra superfatura de Ivermectina, um medicamento que faz parte do kit covid-19. As ordens de busca e apreensão e de afastamento cautelar de Possas da chefia da SMS foram determinadas pela juíza de direito Ana Cristina Silva, da 7º Vara Criminal de Cuiabá.
As investigações revelaram que o medicamento Ivermectina, que teria um preço de R$ 2,59 no mercado local, foi comprado, com dispensa de licitação pela SMS, a um preço unitário de R$ 11,90. A colossal diferença de R$ 9,31, por unidade do produto, evidencia sobrepreço superior próximo de 400%. Um assalto aos cofres públicos de Cuiabá.
Antonio Possas de Carvalho não é o primeiro secretário do prefeito ‘mestre do paletó’ que vira alvo da Deccor e do Gaeco. Antes dele, no final de 2018, Huark Douglas Correia, também foi apeado da SMS e preso sob a acusação de integrar uma organização criminosa que montou um esquema para monopolizar a saúde em Mato Grosso.