Domingo, 06 de Julho de 2025

POLÍTICA Sexta-feira, 04 de Julho de 2025, 16:52 - A | A

04 de Julho de 2025, 16h:52 - A | A

POLÍTICA / RESPEITO AO VOTO INDIGENA

Indígenas reagem à cassação de Edelo Ferrari e repudiam acusação de venda de votos

Lideranças de quatro etnias denunciam injustiça e defendem prefeito como aliado das comunidades

Da Redação
A Bronca Popular



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Representantes de quatro etnias indígenas, incluindo os Enawene-Nawe, realizaram um protesto pacífico na tarde desta sexta-feira (04), em frente ao Fórum Civil de Brasnorte.

A mobilização foi uma resposta à decisão do juiz Romeu da Cunha Gomes, da 56ª Zona Eleitoral, que cassou o mandato do prefeito Edelo Ferrari (União Brasil) sob a acusação de captação ilícita de sufrágio — compra de votos — nas comunidades indígenas durante as eleições de 2020.

Com os rostos pintados e palavras de ordem em defesa de sua dignidade, diversas lideranças indígenas repudiaram a sentença judicial e exigiram respeito. A acusação de que venderam votos revoltou os manifestantes.

“Estamos protestando porque cassaram o prefeito que atende nossas aldeias com carinho e respeito. Em outros tempos, a gente protestava para ser ouvido. Agora, protestamos porque fomos ouvidos e isso virou crime?”, desabafou um cacique em vídeo que circula nas redes sociais.

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Na nossa aldeia, ninguém vendeu voto. Votamos no Edelo porque ele fez por nós. Porque ele mostrou compromisso. Isso não é compra, é reconhecimento

O mesmo líder deixou claro: "Na nossa aldeia, ninguém vendeu voto. Votamos no Edelo porque ele fez por nós. Porque ele mostrou compromisso. Isso não é compra, é reconhecimento."

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Segundo os manifestantes, ao contrário de gestões anteriores, Edelo Ferrari mantém diálogo com as aldeias, criou a secretaria indígena, melhorou estradas vicinais, ampliou o acesso à saúde e garantiu assistência social às famílias. “Hoje temos voz, temos acesso ao prefeito, somos tratados com dignidade. Isso nunca aconteceu antes”, afirmou outra liderança.

Os indígenas também alertaram sobre o preconceito velado por trás da acusação. “Dizer que fomos comprados é nos chamar de ignorantes e mercenários. Não somos isso. Somos cidadãos brasileiros, com direito ao voto livre. Escolhemos Edelo porque ele nos representa.”

A manifestação, pacífica e marcada por cantos e falas emocionadas, teve como objetivo não apenas defender o prefeito cassado, mas também exigir respeito à autonomia política e à cidadania dos povos originários.

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Para os povos indígenas de Brasnorte, a decisão judicial generaliza e criminaliza injustamente comunidades inteiras que apenas exerceram seu direito democrático de votar — por gratidão, por reconhecimento, por consciência. “Nosso voto não foi vendido. Foi um voto de confiança”, concluiu um dos caciques.

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