EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
As mega manifestações de rua em defesa da Lava Jato, do combate a corrupção e da moralização na política são coisas do passado. Os tempos mudaram.
A eleição do presidente Jair Bolsonaro (PSL) diluiu as manifestações populares. Predomina a sensação de que o objetivo já foi alcançado. A esquerda foi alijada do poder, Lula está preso e o capitão assumiu as rédeas do País.
A composição do Congresso foi renovada nas urnas. Um novo arranjo político foi construído. A agenda de combate a corrupção foi colocada na prateleira.
A pauta prioritária do novo regime é conciliar os extremos para governar sem incomodo.
Na trégua a persecução criminal aos ladrões da República, esquerda e direita se entrelaçam em lascivo, promiscuo e desavergonhado abraço insano.
A população, frustrada com os desmandos dos governos de esquerda, acompanha desolada o camaleonismo de setores da direita, que, sob pretextos os mais estapafúrdios, ajudam a minar as bases da Operação-Tarefa da Lava Jato.

O cangaceiro alagoano, Renan Calheiros (MDB) articula com o líder do governo Jair Bolsonaro, Fernando Bezerra, para barrar aprovação de nomes favoráveis a Lava Jato ao CNMP
O Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) pode reforçar o combate a corrupção ou desencorajar promotores e procuradores de justiça. Tudo depende dos interesses que representam os membros do colegiado.
Em sessão plenária, realizada na noite de ontem (quarta-feira 18/09), o senado deu uma banana para a opinião pública e dinamitou as bases da Lava Jato. Por 36 votos contrários, capitaneados por Calheiros e Alcolumbre, o plenário rejeitou a recondução do promotor de Justiça Dermeval Farias Gomes Filho ao CNMP, na vaga destinada a membros do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT), referente ao biênio 2019/2021.
Na mesma sessão fatídica, foi também rejeitada a recondução de Lauro Machado Nogueira para mais um mandato no CNMP. Lauro Nogueira foi indicado pelo Conselho Nacional de Procuradores-Gerais do Ministério Público dos Estados e da União (CNPG), do qual já foi presidente.
Se é verdade que no Congresso prevalece a correlação de forças entre bandidos e mocinhos, na sessão que rejeitou a recondução de dois aliados da Lava Jato ao CNMP, o triunfo dos vigaristas foi indiscutível.
O resultado das votações agradou tanto a esquerda como parte da direita. O Movimento Muda Senado ficou entre a cruz e a espada na defesa da cidadania, dos valores republicanos e do combate a corrupção. Os patifes vvenceram a primeira batalha. Seráo que vencerão a guerra?