Da Redação
A Bronca Popular
A sessão desta terça-feira (11) da CPI Mista dos Atos Golpistas foi marcada por um episódio controverso, no qual parlamentares acusaram o deputado Abilio Brunini, do partido de oposição PL-MT, de proferir comentários transfóbicos contra a deputada Erika Hilton, do PSOL-SP.
O presidente da comissão, deputado Arthur Maia, anunciou imediatamente uma investigação sobre o caso.
Durante o pronunciamento da deputada Erika Hilton, Abilio Brunini teria feito comentários considerados ofensivos e discriminatórios. Em resposta às acusações, Arthur Maia declarou que uma investigação seria conduzida para analisar as filmagens e verificar se as alegações eram verdadeiras.
"Eu não ouvi, mas outros deputados disseram que ouviram. O deputado Abilio disse que não falou. A nossa decisão é a seguinte: nós vamos fazer uma investigação, vendo as filmagens. Se vossa excelência falou, vai ter a leitura labial e vai ser fácil que isso seja identificado. Se vossa excelência de fato agir dessa forma, vai ter uma penalidade contra o senhor", afirmou Maia a Brunini.
A repercussão da acusação causou tumulto generalizado na sessão, que já estava sendo realizada para o depoimento do ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cid. O ex-ajudante permaneceu em silêncio diante das perguntas dos parlamentares.
Não é a primeira vez que Abilio Brunini enfrenta repreensões do presidente da comissão. Mais cedo, ele foi advertido por Arthur Maia por filmar e zombar de colegas durante a CPI. O presidente determinou que integrantes da comissão fossem proibidos de gravar seus colegas.
Durante seu tempo de fala, a deputada Erika Hilton pediu a Abilio Brunini que "tratasse sua carência em outro espaço", destacando que o Congresso é um ambiente "sério". No entanto, seu discurso foi interrompido pelo senador Rogério Carvalho, do PT-SE, que denunciou a fala "homofóbica" do deputado.
"O seu Abilio foi homofóbico. Fez uma fala homofóbica, quando a companheira estava se manifestando, ele acusou e disse que ela estava oferecendo serviços. Isso é homofobia, é um desrespeito. Peço a vossa excelência que o senhor peça para o deputado se retirar do plenário", afirmou Carvalho.
Outros parlamentares, como a senadora Soraya Thronicke, do Podemos-MS, corroboraram a versão do senador. No entanto, Abilio e seus aliados negaram as acusações. Diante do caos instaurado, Arthur Maia anunciou a abertura de uma investigação sobre o caso.
"Eu solicito à secretaria da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito que envie para a Polícia Legislativa a cópia dessa filmagem para que se faça uma apuração", declarou Maia.
Em meio à polêmica, o deputado Marco Feliciano, do PL-SP, tentou relativizar o episódio, fazendo referência ao comentário anterior da deputada Erika Hilton, chamando Abilio de carente. "Quando você dá, automaticamente você recebe", disse Feliciano.
A partir de agora, a investigação terá como objetivo esclarecer os fatos e determinar se ocorreu de fato um caso de transfobia por parte do deputado Abilio Brunini durante a sessão da CPI Mista dos Atos Golpistas. A polêmica envolvendo as declarações e a repercussão do caso entre os parlamentares reforçam a necessidade de se combater qualquer forma de discriminação dentro do ambiente político.