Edésio Adorno
Tangará da Serra
O prefeito reeleito de Campo Novo do Parecis, Rafael Machado (PSL), oportunista como sempre, viu na eleição da Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM) uma chance de ouro para se livrar de três problemas cruciais.
O apoio à candidatura do prefeito Maurão Rosa (PSD), de Água Boa, era parte de uma estratégia de reaproximação do senador Carlos Fávaro (PSD) e assim reduzir a pressão jurídica e política pela cassação seu novo mandato sob a bem lastreada denúncia de corrupção eleitoral.
Na hipótese de vitória de Maurão, Machado assumiria o comando da Secretaria Geral da AMM disposto a instrumentalizá-la na construção de sua declarada candidatura de deputado estadual no pleito de 2022. O passo seguinte seria convencer Maurão a convencer Favaro a não apoiar o nome do companheiro de Sebastião Pim (PSD), Gilberto Vieira de Melo para deputado estadual.
O tiro de Machado saiu pela culatra. Foi derrotado em seus planos ‘estratégicos’ e ajudou afundar a candidatura de Maurão para presidente da AMM. Normal para um prefeito que fez do embuste e da mentira um método de gestão.
Em 2016 Rafael Machado foi acolhido no PSD, recebeu total apoio da direção do partido para disputar e vencer o pleito. Pouco tempo depois, gravou o punhal da traição nas costas do senador Carlos Favaro. Mais que isso: tentou desmoralizar Favaro junto a direção de uma usina de álcool e açúcar instalada no município.
Em abril de 2019, o presidente da AMM, Neurilan Fraga, atendeu os apelos de Machado e o escalou para representar a entidade na XXII Marcha a Brasília em Defesa dos Municípios. Foi lá que ele conheceu de perto o presidente Jair Bolsonaro, se converteu a direita bolsonarista e buscou guarida no PSL, partido pelo qual o capitão foi eleito.
Com a mesma facilidade e disposição de espirito com que traiu Carlos Favaro, Machado também traiu Fraga e, se continuar com a índole de escorpião, a próxima vitima será seu vice, o produtor rural Antonio Cesar Brolio, que caiu no conto do cisne e acredita que será prefeito por dois anos.
Sem espaço na AMM, desacreditado no meio político e desgastado em sua cidade, Machado deve abortar o projeto de disputar uma cadeira na ALMT em 2020. O reizinho do Chapadão do Parecis está nu e fadado a derrota. A mais dolorida pode ser a perda do diploma de prefeito. A ação de impugnação de mandato avança na justiça. As provas são robustas e a justiça eleitoral tem sido implacável com atos de corrupção eleitoral. Trocar cestas básicas por votos é algo repugnante.