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POLÍTICA Domingo, 12 de Abril de 2020, 01:42 - A | A

12 de Abril de 2020, 01h:42 - A | A

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Um hospital que não é hospital e um prefeito que precisa ser hospitalizado

EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra



O Hospital Municipal Arlete Daisy Cichetti de Brito de Tangará da Serra não tem leitos de UTIs, não tem centro cirúrgico e muito menos um respirador externo. O único equipamento disponível para socorrer algum paciente com dificuldade respiratória foi tomado de empréstimo da Unemat.  

Segundo relatos do prefeito Fábio Martins Junqueira (MDB), o Arlete Daisy carece de uma infinidade de aparelhos e de equipamentos imprescindíveis ao funcionamento do hospital.  

“Não temos lavadora termodesinfectora, hemogasômetro, bombas de infusão, vídeo laringoscópio, lavadora ultrassônica acima de 15 litros, marcapasso cardíaco externo, elevador de transposição de leitos, capnógrafo aparelho de eletrocardiograma, autoclave hospitalar e kits de intubação para atender a demanda”, enumerou Junqueira.  

Se um hospital precisa de tudo isso e não tem nada disso para garantir atendimento adequado aos pacientes, então o Arlete Daisy não pode ser classificado de hospital. Melhor seria rebatizá-lo com o nome de Enfermaria Municipal Arlete Daisy Cichetti de Brito. Será assim referido por este site, até que seja efetivamente transformado em um hospital a altura das necessidades da população de Tangará da Serra.  

Hospital Regional  

Fábio e Silval.jpg

 

Durante a campanha eleitoral de 2012, quando conquistou o 1º mandato de prefeito, Fábio Junqueira anunciou que sua relação de amizade com o então governador Silval Barbosa renderia obras para o município, investimentos públicos e apoio decisivo na melhoria dos serviços de saúde ofertados a população.

De fato, ele construiu a UPA, reformou e ampliou a Unidade Mista de Saúde e apelidou tudo de hospital municipal. Barbosa chegou a discutir, sem sucesso, com seu correligionário Fábio a possibilidade de implantação de um hospital regional em Tangará da Serra.

 

Governo Pedro Taques  

Já no governo Pedro Taques, o hospital regional de Tangará da Serra quase saiu do papel.

Em junho de 2015, o então deputado estadual Saturnino Masson (PSDB) realizou uma audiência pública no auditório da Acits para debater a questão. Junqueira não participou do evento, mas se fez presente por intermédio de alguns de seus esbirros mais afoitos que, a mando do chefe, fingiram apoiar a proposta.  

Depois da audiência pública, Fábio Junqueira se manifestou:

Fabio e Taques.JPG

 

“quero parabenizar o deputado Saturnino pela iniciativa, e que essa discussão chegue até o governo do estado, bancada federal para juntos podermos construir este hospital, bem como darmos mais estrutura aos que já temos aqui na cidade".  

O prefeito Junqueira apoia a construção de um hospital regional em Tangará da Serra, mas não admite, por mera vaidade e egocentrismo, que o estado aproveite a estrutura física do Arlete Daisy para estender os serviços médicos a uma população superior a 300 mil habitantes.      

Governo Mauro Mendes  

O médico nefrologista de Tangará da Serra, João Matos, desde que foi eleito deputado estadual se colocou à disposição para ajudar o município na área de saúde.

Sem empatia para com o povo e indiferente ao sofrimento de quem dependente exclusivamente do SUS, Junqueira recusa qualquer tipo de apoio. Movido por questiúnculas políticas, intrigas e vaidade exacerbada, o ‘bom gestor’ ignora a autoridade e a representação parlamentar de Matos.  

A ladainha é sempre a mesma: “vamos fazer com recursos próprios”.

Prestes a completar oito anos de mandato, o que Fábio fez pela saúde pública de Tangará da Serra? “A gente sabe quantas vidas foram perdidas por falta de um leito de UTI”, talvez a resposta esteja nessa enigmática observação do vereador Rogério Silva.  

O Hospital Regional, se depender de Junqueira, dificilmente será implantado e o hospital municipal, que de hospital tem apenas o nome, vai continuar sendo uma simples enfermaria                 

Um homem doente  

Junqueira doente.jpg

 

Avanço aqui em uma área, sobre a qual não tenho habilitação, que é a psicanalise, para tentar entender o que passa pela cabeça do prefeito Fábio Martins Junqueira. Obviamente que não se trata de um diagnóstico, apenas uma ligeira e despretensiosa observação do comportamento dele.  

Qualquer pessoa que tenta conversar com Junqueira é forçada a se colocar como mero ouvinte. Ele não dialoga, prefere o monologo. Como um ventríloquo, fala quase sem respirar e, invariavelmente, conta histórias fantasiosas como verdade. Um sinal claro de falsificação assistemática da memória. Seria Junqueira portador de Transtorno de personalidade narcisista (TPN)?  

O site Minha Vida sintetiza a TPN:  

“O transtorno de personalidade narcisista é caracterizado por um padrão invasivo de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia. (...) Indivíduos narcisistas são caracterizados por fantasias irreais de sucesso e senso de serem únicos, hipersensibilidade à avaliação de outros, sentimentos de autoridade e esperam tratamento especial”.  

De acordo com a publicação, o portador de TPN “frequentemente apresenta sentimento de superioridade, exagero de suas capacidades e talentos, necessidade de atenção, arrogância e comportamentos autorreferentes”. Quem não consegue enxergar esses desvios comportamentais de Junqueira é porque não conhece o prefeito de sua cidade.  

Verta e Cacau Show  

O vereador Wilson Verta (PSDB) pediu ao juiz de direito Francisco Ney Gaiva uma liminar para garantir o funcionamento da loja Cacau Show. O magistrado, baseado em decretos do prefeito Fábio Junqueira, negou o pedido.

Em clara afronta a decisão judicial, Junqueira chamou Verta e outros vendedores de chocolates em seu gabinete e autorizou a reabertura das lojas. Se o juiz tivesse concedido a liminar, o prefeito não teria acatado a ordem judicial.

Reabertura do comércio

Comércio TGA.JPG

 

Ainda que as condições sejam plenamente favoraveis e os empresários apresentem um eficiente plano para evitar a disseminação do covid-19 e garantam o distanciamento social e assegurem meios para não colocar em risco a saúde de consumidores e trabalhadores, o prefeito vai exigir algo mais: rendição, humilhação e suplicas. Esse é o jeito dele. E com Junqueira é do jeito dele ou de jeito nenhum. Isso se chama transtorno narcísica.

O portador dessa doença tem necessidade de ser visto, reconhecido e bajulado; se considera onipotente e capaz de tudo. Não precisa de apoio e nem de ajuda de ninguém. No fundo, segundo a literatura especializada, é uma criatura de personalidade frágil, que inspira piedade. Criticar, acusar e tentar destruir os outros é apenas um subterfúgio de autoafirmação. Se o hospital municipal não fosse apenas uma enfermaria, quem sabe lá Junqueira poderia iniciar algum tipo de tratamento para mitigar ou, com sorte, se livrar dessa maldita TPN. Seria bom pra ele e melhor para a cidade.              

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