Da Redação
Blog Edição MT
As pesquisas eleitorais para cargos proporcionais — deputados estaduais e federais — viraram um terreno fértil para distorções. Tecnicamente, até é possível medir intenção de voto nesse universo, mas é quase inútil fazer isso em período pré-eleitoral. Mesmo assim, alguns institutos insistem em divulgar pesquisas estimuladas, nas quais o entrevistado recebe uma lista de nomes para escolher.
E aí mora a falha gravíssima: não existe pesquisa estimulada fiel quando há centenas de candidatos. Se o instituto apresenta apenas alguns nomes “mais conhecidos”, favorece artificialmente quem entrou na lista — e invisibiliza todos os demais. Se tentasse apresentar todos, seria inviável: o eleitor não teria como analisar 200, 300 ou 400 opções. Estatisticamente e metodologicamente, não funciona.
O resultado é um produto que, embora embalado como “pesquisa”, opera mais como peça de narrativa. Serve para criar clima político, alimentar vaidades, impressionar partidos ou impulsionar candidaturas específicas. Não mede intenção real de voto — mede apenas lembrança de nome, exposição digital e poder econômico de quem consegue aparecer na pesquisa.
Em resumo: divulgar pesquisa estimulada para deputado em pré-campanha não é retrato da realidade — é ficção com aparência de ciência.











