Da Redação
REPÓRTER MT
A Justiça acolheu parcialmente requerimento dos promotores do Núcleo de Defesa da Vida, do Ministério Público do Estado (MPMT), e determinou a apreensão de todos os aparelhos celulares do vereador Marcos Paccola (Republicanos). O mandado foi cumprido na tarde desta quarta-feira (13).
O MPMT também pediu a prisão preventiva do vereador, o que foi negado pela justiça.
O parlamentar é investigado em inquérito policial que apura o homicídio que vitimou o agente do socioeducativo Alexandre Miyagawa, no dia 1º de julho, por volta das 19h15, em via pública do bairro Quilombo, em Cuiabá.
Para os promotores, Paccola tentou se autopromover na atuação contra o agente. Segundo eles, “o uso político do episódio encontrou amparo nas manifestações públicas do investigado”.
“Além de reforçar a bandeira que defende em torno do uso de armas de fogo, o Representado passou a atacar a imagem da vítima, fazendo-a vilã e única responsável por sua morte. Também passou a encampar campanha autopromocional às custas do evento delituoso, reforçando a tese defensiva de ato de heroísmo dirigido a evitar um suposto feminicídio. Tudo dirigido à sociedade, juiz natural da causa e genuína detentora do poder de julgar os crimes dolosos contra a vida”.
O mandado de busca foi cumprido na residência de Paccola e dois celulares foram apreendidos.
Para fundamentar o pedido de prisão, que acabou sendo negado, os promotores destacaram que Paccola já é réu em outra ação penal, após ser denunciado por envolvimento em organização criminosa, que operacionalizou fraude nos registros da Polícia Militar e em certificados de registros de arma de fogo.
A ação, segundo consta na representação, teve como objetivo interferir na “Operação Mercenários”, deflagrada em virtude do envolvimento de militares na prática de crimes contra a vida de dezenas de pessoas.
Conforme o MPMT, o pedido de prisão busca garantir a ordem pública. “O perigo gerado pelo estado de liberdade do imputado se vê confirmado diante de seu envolvimento na prática de delitos relacionados ao exercício das funções, tanto na figura de militar que reiteradamente evoca, quanto de vereador, fazendo uso político da situação para se alavancar no cenário eleitoral, conspurcar a imagem da vítima e incitar a população à bandeira que defende quanto ao uso de arma de fogo.”