Edésio Adorno
Próximo ao ex-presidente Jair Bolsonaro e ao governador Cláudio Castro, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil), foi preso nesta quarta-feira (3/12) pela Polícia Federal — em uma operação que, diferentemente das ações frequentes no Rio, não deixou mortos em comunidades nem registrou um único disparo.
Cotado para disputar o governo do estado com apoio de Castro e do clã Bolsonaro, Bacellar agora é apontado como possível integrante de uma das mais violentas facções do país, o Comando Vermelho. Na decisão que determinou a prisão, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o parlamentar teria atuado para obstruir investigações e interferir no combate ao crime organizado.
“Os fatos narrados pela PF são gravíssimos, indicando que Rodrigo Bacellar estaria atuando ativamente pela obstrução de investigações envolvendo facção criminosa e ações contra o crime organizado, inclusive com influência no Poder Executivo estadual, capazes de potencializar o risco de continuidade delitiva e de interferência indevida nas investigações”, escreveu Moraes.
Em contraste com as operações da polícia fluminense — que frequentemente resultam em mortes de moradores pobres e negros dos morros — a PF conduziu a prisão de Bacellar sem espetáculo midiático. Segundo as investigações, o parlamentar pode ocupar posição central dentro da organização criminosa no Rio de Janeiro.
Resta saber se os governadores Ronaldo Caiado (Goiás), Romeu Zema (Minas Gerais) e Tarcísio de Freitas (São Paulo), que se uniram para apoiar operações violentas como as realizadas nos complexos do Alemão e da Penha, também irão manifestar solidariedade ao ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, e ao diretor-geral da Polícia Federal diante desta ação.













