Da Redação
Quando a gente se entrega ao esporte preferido — a corrida, por exemplo — acontece um pequeno milagre químico: o corpo é inundado por endorfina, o tal hormônio do prazer. Quem já sentiu essa onda quente e viciante que chega quando o tênis encontra a rua sabe: é difícil largar depois da primeira mordida.
É um vício do bem.
O cérebro começa a pedir bis, a chamar para treinos mais frequentes, para distâncias maiores, como quem convida o amigo para mais uma volta no quarteirão. Endorfina é isso: um chamado doce para continuar.
O amor, quando correspondido, opera outra alquimia.
O cérebro se enche de dopamina e ocitocina, substâncias que acendem luzes internas, provocam explosões de excitação, euforia e prazer.
Sob efeito desse coquetel sentimental, até a física de Isaac Newton dá um jeitinho de se manifestar — e o tempo, esse velho teimoso, de repente fica relativo.
Quem já esteve apaixonado sabe: dá para ficar horas no telefone com o amor da vida sem notar o tempo escapar. E, sejamos sinceros, aposto que você também já viveu isso… a menos que nunca tenha amado de verdade.
Em contrapartida, quando alguém anda estressado, achando tudo um tédio interminável, reclamando do mundo como se ele fosse sempre cinza, é bem provável que não esteja correndo, não esteja amando — e tampouco sendo amado.
Porque, no fim das contas, é isso que move: o passo firme na rua e o coração batendo um pouco mais rápido por alguém. O resto, quase sempre, é falta de endorfina ou de paixão. Ou dos dois.













