No próximo dia 15 de setembro Barra do Garças completa 72 anos de emancipação e igual período de domínio do coronelismo tupiniquim. O atual prefeito, Beto Farias, é remanescente dessa dinastia de senhores feudais que, num passado não muito distante, controlavam com pulso firme todo o Vale do Araguaia.
Ao longo de décadas, o povo foi subjugado, oposicionistas silenciados e, raramente, alguém não afinado com os donos da cidade conquistou o poder.
Os tempos que correm são outros.
Uma brisa de liberdade invade casas e estimula a luta política por mudanças e moralização da administração pública. A internet deu voz ao cidadão. As informações circulam com a rapidez da eletricidade.
O povo está assumindo o protagonismo da própria história. O poder de mando, de desmando e as ameaças veladas ou explicitas já não assustam como antes. O uso da máquina pública, processos infundados, para intimidação também já não surte o mesmo efeito do passado.
Um passado de triste memória, no qual juízes, delegados e oficiais das forças militares cumpriam ordens de coronéis de patentes ganhadas de chefetes políticos.
É nesse novo ambiente, de pulsar da esperança e da renovação, que os remanescentes do coronelismo entram em apuros e borram as calças com receio de ser apeados do poder por um delegado, um jurista ou um empresário humano.
A hora da verdade se aproxima. Ou, como diria o saudoso prefeito de Nova Xavantina, José Frederico Fernandes, a hora da onça beber água está chegando.