EDÉSIO ADORNO
Tangará da Serra
A boa e nova política não pode ser uma guerra de foice no escuro, um vale tudo pelo poder. O jogo democrático tem regras. E, acima dessas regras, o homem público deve possuir um código particular de valores morais, éticos, teológicos e filosóficos.
A política é a arte de fazer o bem a coletividade, independente de víeis ideológico ou condicionante de qualquer natureza.
Esse é o pensamento do deputado bolsonarista Silvio Fávero (PSL). Ele entende que a representação política nas casas legislativas não pode continuar sob o controle dos partidos políticos. Candidatura avulsa quebra a hegemonia dos partidos, elimina o poder de barganha e de negocismo dos caciques, fortalece a democracia e acaba com a ditadura partidária. Quem quiser disputar uma eleição, que se habilite sem precisar passar pelo balcão dos partidos que aí estão.
A crítica que Fávero dispara contra o sistema fechado dos partidos políticos tem endereço certo: o dono do PSL nacional, deputado Luciano Bivar, que de forma nada ética e absolutamente desrespeitosa ao povo de Mato Grosso vetou a candidatura ao senado do deputado Nelson Barbudo.
Bivar decidiu, está decidido. Barbudo está fora da suplementar para o senado. “O Presidente nacional do PSL desrespeitou Barbudo”, acentuou Fávaro em entrevista ao repórter Bruno Garcia, do Mídia News. E prosseguiu, o deputado:
“Eu fiquei surpreso. No meu ponto de vista não tinha que ter partido, qualquer um que quisesse que se candidatasse. Veja bem, um presidente [Luciano Bivar] pelo bel prazer dele vai lá e fala: 'você não vai', desrespeitando um deputado federal, ao falar que ele não é candidato. Todos nós temos o direito de ser candidatos”.
Em ascensão – Silvio Fávero exerce seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa. Não fosse sua habilidade política, poderia ser um deputado de baixo clero, sem voz e sem vez. No entanto, para a agradável surpresa de seus eleitores de Lucas do Rio Verde e adjacências, Fávero se impôs no parlamento pela força do trabalho, pela capacidade articulação, de agregar e de se empenhar pela resolução dos problemas que desaguam em seu gabinete. Ganhou projeção e respeito em praticamente todo o estado em razão de sua firme atuação.
Silvio Fávero, um bolsonarista de carteirinha, tem trânsito livre no Planalto e uma relação de amizade com o presidente Jair Bolsonaro e com a maioria de seus ministros. É um interlocutor de Mato Grosso junto ao governo federal. Ele entende que primeiro, as prioridades do estado; depois, as questões político-partidárias. Assim deve ser e assim será.
“Assim eu vou levar até o final, não quero saber se é A, B, C ou D, o nosso partido tem que ser Mato Grosso, pois é aqui que moramos, é aqui que nossos filhos estão crescendo, que nossos netos vão viver e temos que dar qualidade para eles”, declarou ao Mídia News.
Em defesa de Barbudo – o deputado federal Nelson Barbudo tentou contemporizar o clima de animosidade entre a família Bolsonaro e o presidente do PSL, Luciano Bivar, por uma questão de fidelidade partidária, que é prevista na lei dos partidos políticos. Foi torpedeado. Ato continuo, colocado no paredão, Barbudo fez questão de enfatizar sua lealdade ao presidente Jair Bolsonaro, como consequência, foi retirado do comando regional do PSL e impedido de disputar a eleição suplementar para o senado. Mato Grosso ficou com uma opção a menos de escolhar.
Bivar foi desonesto, desleal, covarde e ingrato. Não faltou com o respeito apenas para com o deputado federal mais votado do estado. Ele ofendeu Mato Grosso. Silvio Fávero não poderia ter outra atitude. Reagiu de forma enérgica contra esse ato de injustiça praticado pelo dono do PSL, Luciano Bivar.
A reação de contrariedade Fávero não ficou apenas no discurso e na manifestação de solidariedade ao deputado Nelson Barbudo. “Estou entrando na Justiça Eleitoral para sair do PSL. Estou procurando os meios jurídicos e acredito que até o dia 20 deste mês estarei com a ação protocolada saindo do PSL. O partido hoje não condiz com a minha ideologia partidária”, concluiu Fávero, ao Mídia News.