Edésio Adorno
Tangará da Serra
Bandeirolas desbotadas tremularam na avenida Brasil, na manhã deste sábado, para anunciar o fim da desditosa caminhada de Torres. Um carro de som acostado na faixa lateral da pista, meia dúzia de combatentes e um cabo eleitoral mais exaltado distribuía santinhos e se esforçava para conquistar apoio para seu candidato. A indiferença generalizada era a resposta. Uma cena deprimente!
O título desta crônica é uma adaptação da monumental obra de Lima Barreto, o representante do modernismo, que legou aos amantes da literatura, o romance de cabeceira chamado “Fim de Policarpo Quaresma”. Claro, Wesley não tem os predicados do Major Policarpo. Também não é um patriota e muito menos um idealista na larga acepção do termo.
Wesley é apenas um obediente serviçal de Fábio Junqueira. Ele aceitou o desafio de concorrer à prefeitura ciente de que o rubicão seria seu desafio intransponível. Foi abatido antes de atingir as margens do lendário rio proibido. Triste fim de Wesley Torres. Cumpriu-se as escrituras: “quem planta vento colhe tempestade”. Torres soprou brasa, mas não protegeu os próprios pés. Um descuido fatal.