Da Redação
A Bronca Popular
O Território Indígena Marãiwatsédé está localizado na região nordeste de Mato Grosso. Esse nome difícil de escrever e mais difícil ainda de pronunciar ganhou espaço na imprensa nacional e estrangeira no final de 2012, quando a então presidente Dilma Rousseff (PT) fez valer a decisão judicial que se arrastava desde 1995 e garantiu a retirada de invasores da área, que havia sido homologada em 1998.
Fazendeiros, políticos, grileiros e madeireiros invadiram o território Marãiwatsédé e nele permaneceram por mais de 20 anos. Sorte dos indígenas que o governo da época não era Jair Bolsonaro. A então presidente Dilma Rousseff garantiu o apoio do Exército, Força Nacional, Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Representantes do governo federal organizaram uma operação para garantir a devolução das terras aos índios Xavante.
A população indígena Marãiwatsédé tem dívida de gratidão para com Dilma Rousseff e o presidente eleito Lula. Os xavantes reconquistaram seu território depois de 20 anos de sofrida luta judicial. Um individuo, no entanto, não tem essa percepção de reconhecimento. Trata-se do evangélico e autodenominado pastor José Acácio Serere. Ele também se autodenomina cacique. Em verdade, um impostor.
Segundo a Polícia Federal (PF), o cacique fake teria realizado manifestações de cunho antidemocrático em diversos locais, como em frente ao Congresso Nacional, no Aeroporto Internacional de Brasília, no Park Shopping, na Esplanada dos Ministérios e em frente ao hotel onde está hospedado o presidente eleito Lula (PT). Serere foi preso pela Polícia Federal no final da tarde desta segunda-feira (12), por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF e presidente do TSE, em acatamento a pedido da procuradoria-geral da República (PGR).
A prisão do indígena golpista deflagrou uma onda de manifestação no entorno do prédio da PF, logo reprimida pelas forças de segurança. Os baderneiros estão sendo identificados e serão responsabilizados na forma da lei, segundo declarou o futuro ministro da Justiça, Flavio Dino, durante entrevista na noite desta segunda-feira.
Serere faz uso indevido do nome da etnia xavante
Em vídeo, um cacique do território Marãiwatsédé denuncia o autodenominado pastor e cacique Serere por uso indevido do nome da etnia xavante. “Ele não é líder, não é cacique geral, não é o líder no estado de Mato Grosso. Não pode fazer isso em nome da etnia”, afirmou.
O cacique afirmou ainda que Serere está sendo manipulado e que os indígenas que estão em Brasília participando de manifestação é a minoria. Segundo ele, a maioria apoia o presidente Lula. O povo xavante de Marãiwatsédé, em sua maioria, apoia o presidente Lula.
Ainda de acordo com o cacique, outros territórios xavantes também apoiam Lula. E repetiu que em Brasília uma minoria que mora na cidade. O líder xavante afirmou ainda que é manifestar em Brasília é vergonhoso. “Isso precisa acabar”, concluiu.
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