EDÉSIO ADORNO
Renúncia é ato unilateral resultante de mera liberalidade de vontade. Chega a ser cômico o movimento de pressão que alguns vereadores fazem para forçar Niuan Ribeiro renunciar a condição de vice-prefeito de Cuiabá.
A coisa é de uma estupidez épica, colossal, bisonha e de estrondosa fanfarronice. Até o Secretário de Planejamento da prefeitura, Zito Adrien, chegou a sugerir que Ribeiro desista da expectativa de exercer a chefia do executivo.
Por que cargas d’água o filho de Osvaldo Sobrinho deveria renunciar a prerrogativa de suceder Emanuel Pinheiro, por qualquer eventualidade, no palácio Alencastro?
Vereadores alinhados ao prefeito, secretários do próprio prefeito e representantes do prefeito na imprensa, sustentam que o Niuan faz oposição ao prefeito, logo deveria entregar o 'cargo' de vice-prefeito e vazar fora do Alencastro.
Não é bem assim, bugrada!
O vice-prefeito tem estatura constitucional. É eleito através de voto direto juntamente com o prefeito, conforme previsto no Artigo 29, I e II, da CF/88. Cabe ao vice-prefeito substituir o prefeito em caso de ausência por licença ou outro impedimento.
Niuan não deve renunciar por uma razão simples: ele não exerce mandato eletivo e nem ocupa cargo na administração municipal. Tem apenas expectativa de poder. É o primeiro na linha sucessória de Emanoel Pinheiro.
Ribeiro foi eleito vice-prefeito do município de Cuiabá para o período de 1º de Janeiro de 2017 a 31 de dezembro de 2020. Não é um apêndice do prefeito e nem a ele se subordina.
Desentendimento entre o prefeito e seu vice faz parte do jogo político.
Se o chefe do executivo pode pedir que seu vice renuncie, mais razão teria a população insatisfeita com a gestão para cobrar a renúncia do prefeito. E os vereadores, que até o momento, não corresponderam com a vontade dos eleitores, vão renunciar ou tentar a reeleição?
Depois que se filiou ao Podemos da senadora Selma Arruda e do deputado federal José Medeiros, Niuan Ribeiro assumiu o projeto de construção de um projeto alternativa para Cuiabá. Recebeu o estimulo do governador Mauro Mendes e de lideranças importantes da política de Cuiabá. A possibilidade de montar um arco de aliança para disputar a prefeitura despertou a fúria de aliados do prefeito Emanuel Pinheiro. A gritaria para Ribeiro abrir mão da condição de vice-prefeito faz parte de uma ingenua reação de revanche.